Dada a polaridade original, entre a organização e o indivíduo, qual a relação da filosofia da ciência a partir da Incomensurabilidade dos paradigmas de Thomas Kuhn, e da falseabilidade das teorias de Popper, com a ciência da administração? Dado este problema, o objetivo deste ensaio é demonstrar que embora haja diferenças entre a Administração Científica de Taylor (Homo Economicus) e a Escola das Relações Humanas (Homo Social), ambas conduzem ao disciplinamento do trabalhador, de forma que se pode comparar objetivamente estes dois paradigmas. A hipótese central deste texto é de que, dada a polaridade original entre organização (capital) e o indivíduo (trabalhador), tanto a administração científica de Taylor quanto a escola das relações humanas, utilizaram-se de perspectivas diferentes, para alcançar objetivo comum, disciplinar o trabalhador a servir o capital, em uma tentativa de apaziguar a luta de classes entre burguesia e proletariado. Para demonstrar essa hipótese, utilizamos a seguinte metodologia para construção do argumento epistemológico deste ensaio: (i) Partimos de um diálogo entre a Incomensurabilidade dos paradigmas de Thomas Kuhn (1992) e a falseabilidade das teorias de Popper (1959, 1999); (ii) Utilizamos o aporte teórico baseado no quadrante do paradigma humanista radical de Burrell e Morgan (1979), analisando os fenômenos da alienação e da falsa consciência de forma dialética.