Os últimos anos foram e continuam sendo desafiadores na luta da mulher em ocupar seu espaço, de forma digna e igualitária, principalmente em cargos majoritariamente ocupados pelo gênero masculino, sejam eles operacionais ou de liderança. Dentre diversas atividades, o transporte de carga exerce um protagonismo masculino, principalmente quando se observa a mulher exercendo atividade de motorista, seja de carreta ou empilhadeira, ou em cargos de liderança. Diante deste contexto, esta pesquisa, considerada descritiva e qualitativa, alicerçada na revisão bibliográfica e com uso de dados secundários e primários, realizou 9 entrevistas semiestruturadas com mulheres atuantes em uma empresa de grande porte do segmento de transporte de carga, situada no Estado de São Paulo com objetivo de apurar as percepções sobre a realização de suas atividades em função predominantemente masculinizada. Apresentou, como resultados, a importância da cultura organizacional da empresa em protagonizar em seus valores a isonomia de gênero, independentemente da atividade; a profissão de motorista ter sido escolhida por deliberação e não por falta de opção; o apoio da família que as entrevistadas tiveram para realizarem seu “sonho”; a percepção que possuem em relação aos homens da empresa em relação ao respeito que eles têm sobre as mulheres da organização. Todavia, foi referenciado na entrevista, que em outras empresas nas quais atuaram, a situação era diferente, onde percebiam certa discriminação de gênero. Esta pesquisa buscou contribuir para que seus resultados possam inspirar outras empresas do setor a atuarem, com ações práticas, na inserção e isonomia de gênero no setor de transporte de carga.