Introdução
Técnicas de microextração com sorventes têm se mostrado abordagens eficientes e finamente ajustáveis a problemas analíticos complexos, na etapa de preparo de amostra. Uma das técnicas que vem ganhando destaque é a extração sortiva em barras de agitação (SBSE, stir bar sorptive extraction), na qual o revestimento da barra de agitação magnética é empregado como fase extratora. Os principais materiais empregados como revestimentos na SBSE têm sido o poli(dimetilsiloxano) (PDMS), poli(etilenoglicol) (PEG) e a poli(acrilamida) (PA). No entanto, estes materiais apresentam seletividade limitada, reduzindo o campo de aplicação da técnica (1,2). A síntese de fases extratoras como revestimentos seletivos para as barras de agitação tem sido a principal estratégia de desenvolvimento da técnica SBSE. Nesse contexto, os monolitos poliméricos orgânicos a base de metacrilatos surgem como alternativa promissora, devido à facilidade de síntese, de funcionalização e de moldagem, produzindo materiais mecanicamente resistentes, altamente porosos e com elevada área superficial. A seletividade de sorventes poliméricos pode ser alcançada com impressão molecular (MIP, molecularly imprinted polymer), uma abordagem que permite a formação de sítios complementares de interação aos analitos na matriz polimérica (3,4). Neste trabalho, foi desenvolvido um revestimento monolítico polimérico, peça única, impresso molecularmente com a acetamiprida, para aplicação como revestimento de barras de agitação para aplicação da técnica SBSE, visando a extração seletiva de acetamiprida em amostras aquosas.
Experimental
Síntese de revestimento polimérico monolítico para SBSE
Os revestimentos das barras de agitação foram sintetizados por copolimerização in situ dos monômeros trimetilolpropano triacrilato (TMPTA), ácido metacrílico (MAA) e etilenoglicol dimetacrilato (EDMA), na proporção 5:5:20 (% m/m), empregando a 2,2’ azobisisobutironitrila (AIBN) como iniciador radicalar e a mistura isopropanol:1,4-butanodiol como solventes porogênicos. A polimerização foi realizada a 60 °C por 20 h. 300 ?L da solução monomérica foram adicionados dentro de moldes cilíndricos de 2 cm de diâmetro por 2 cm de comprimento, adicionando um imã de neodímio para a produção da barra magnética, revestida com poli(TMPTA-co-EDMA-co-MAA) não impresso (NIP, non imprinted polymer). A versão MIP foi obtida a partir da reação prévia de MAA com a molécula template de acetamipridaa 70 °C por 2 h, seguindo o procedimento de síntese do NIP, posteriormente. O template da acetamiprida foi removido das barras poliméricas sortivas MIP pela agitação com 5 mL de sol. metanólica de CH3COOH a 10 % (v/v), por 15 min a 30 rpm e 25 °C. Em seguida, duas lavagens com 5 mL de água ultrapura, sendo a última fração analisada por cromatografia líquida de alta eficiência com detecção por arranjo de díodos (CLAE-DAD). O procedimento foi repetido por 3 vezes.
Extração SBSE de acetamiprida em água
Os revestimentos monolíticos NIP-SBSE e MIP-SBSE foram submetidos à extração de acetamiprida em 5,0 mL de uma solução aquosa fortificada a 0,5 mg/L do padrão. As condições de extração foram mantidas por 1 h de contato da barra de agitação com a amostra, agitação a 30 rpm e temperatura de 25 °C. Os extratos foram analisados por CLAE-DAD. A eficiência de adsorção dos revestimentos NIP e MIP foi avaliada por meio da comparação das áreas dos picos da acetamiprida antes e após a SBSE.
Resultados e Discussão
Avaliação de solventes porogênicos na síntese dos monolitos
Inicialmente, foi avaliada a proporção entre os solventes porogênicos 1,4-butanodiol e isopropanol na mistura de síntese, visando a obtenção de uma peça sólida, mecanicamente rígida e hierarquicamente porosa. Foram avaliadas as proporções 1,4 butanodiol:isopropanol de 1:0; 7:3; 5:5; 4:6; 3:7 e 0:1 (v/v). A síntese dos monolitos poliméricos apenas com 1,4-butanodiol resultou em um material gelatinoso e não estruturado, enquanto com apenas isopropanol, o material se tornou quebradiço e frágil. A proporção 4:6 (v/v) de 1,4-butanodiol:isopropanol apresentou rigidez e estabilidade mecânica adequadas para a aplicação em SBSE.
Estudo da adsorção de acetamiprida nos revestimentos MIP e NIP
Os revestimentos NIP-SBSE foram submetidos à extração de acetamiprida com o objetivo de avaliar a eficiência de adsorção do inseticida na barra sortiva. A eficiência calculada de extração foi de 54 %, em condições não otimizadas, o que indica o elevado potencial de aplicação do material na extração de acetamiprida. Os revestimentos MIP-SBSE não apresentaram diferença significativa na capacidade de extração em relação ao NIP-SBSE, resultando em um fator de impressão (IF) igual a 1. Estes resultados indicaram que não houve a formação de sítios complementares no material com a etapa de impressão. Este resultado pode estar associado ao uso de solventes próticos na mistura monomérica, que competem com a molécula de acetamiprida pela formação de ligação de hidrogênio com o ácido metacrílico, além de desestabilizar o complexo formado entre o MAA e o template (5). A avaliação de solventes porogênicos apróticos, como a dimetilformamida e o dimetilsulfóxido, está em andamento.
Caracterização morfológica e estrutural dos revestimentos SBSE
Os revestimentos poliméricos monolíticos de MIP foram caracterizados morfologicamente por microscopia eletrônica de varredura e isotermas de adsorção de N2 e estruturalmente por espectroscopia no infravermelho e análise termogravimétrica (TG). No espectro de infravermelho (Figura 1a), observam-se sinais em 1720 cm-1 e 1133 cm-1, atribuídos às vibrações C=O e C-O-C, respectivamente, presentes nos monômeros TMPTA e EDMA. O alargamento das bandas na região de 1500 a 1000 cm-1, e ausência de sinal em 1635 cm-1, ?C=C, indica a polimerização completa dos monômeros. As curvas TG (Figura 1d) apresentam apenas um evento térmico, correspondente à decomposição do monolito polimérico, com perda de massa entre 270 °C e 400 °C.
A isoterma de adsorção de N2 (Figura 1b) para o revestimento monolítico MIP-SBSE apresenta perfil do tipo II, segundo classificação da IUPAC, característica de materiais mesoporosos (diâmetro médio de poros de 8 nm), com contribuição de microporos. A histerese do tipo H3/H4 indica poros com formato de cunha ou fenda. A área superficial do MIP-SBSE, obtida pelo método BET, foi de 53 m2/g. A micrografia eletrônica de varredura do MIP-SBSE (Figura 1c) confirma a morfologia hierarquicamente porosa do material, com poros interconectados entre si, possibilitando alta permeabilidade de líquido internamente no revestimento. Além disso, o material é constituído de agregados globulares sólidos e longos canais internos. Essa estrutura reticulada confirma a elevada área superficial medida.
Palavras-chave
O 37º Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química – Minas Gerais (37º ERSBQ-MG) foi realizado entre os dias 05 e 07 de outubro de 2025, na histórica cidade de Ouro Preto, Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
A programação diversificada do evento contou com 2 conferências, 7 mesas-redondas, 9 minicursos e 16 sessões temáticas. Ao todo, foram apresentados 503 trabalhos científicos, em sessões de comunicação oral e de pôsteres. Esses números demonstram o impacto e a relevância do ERSBQ-MG como um espaço para a divulgação e a valorização da produção científica e tecnológica.
Este ano, o tema "A Química em um Mundo em Transformação" nos convida a refletir sobre o papel fundamental da Química nas rápidas mudanças que moldam nossa sociedade, desde as inovações tecnológicas até os desafios ambientais e sociais, da ciência exploratória à mais aplicada as industrias. Queremos promover discussões que inspirem soluções criativas e sustentáveis, destacando como nossa área de atuação pode ser um catalisador para um futuro mais equilibrado e inclusivo.
Os trabalhos reunidos neste volume dos Anais do 37º ERSBQ-MG representam o compromisso da comunidade científica com o desenvolvimento sustentável e o progresso da sociedade a partir dos conhecimentos químicos. Os resumos refletem a diversidade e a profundidade das pesquisas realizadas em Minas Gerais, contribuindo para o avanço da química como ciência essencial ao entendimento e transformação do mundo.
Agradecemos a todos os participantes, autores, palestrantes, organizadores, patrocinadores e parceiros que tornaram esta edição um marco na trajetória do ERSBQ-MG. Desejamos uma leitura enriquecedora e inspiradora!
Informações gerais
O evento utilizará o formato de Resumo Expandido, que deve ser enviado em .pdf, seguindo o modelo fornecido na aba “Submissões”. Devem ser mantidos os tipos e tamanhos de fonte especificados no template, sendo possível incluir tabelas, gráficos e estruturas.
Cada inscrição permite a submissão de até dois trabalhos, que podem ser redigidos em português ou inglês. A produção de resumos, pôsteres e slides em língua inglesa é uma recomendação da diretoria e do conselho consultivo da SBQ, visando à internacionalização do evento.
Em nenhuma situação haverá reembolso da taxa de inscrição, a menos que seja solicitado em até sete dias após o pagamento.
Para apresentar o(s) trabalho(s), pelo menos um dos autores deve estar inscrito no evento.
A Comissão Científica definirá se os trabalhos aceitos serão apresentados na forma Oral (no máximo 160 trabalhos) ou Pôster. Resumos que não seguirem o padrão estabelecido serão desconsiderados.
O autor que submeter o trabalho deverá preencher todos os campos do formulário de submissão on-line, disponível na aba “Submissões”, responsabilizando-se por todas as informações fornecidas e garantindo o consentimento dos coautores.
Avaliação dos trabalhos
Cada trabalho submetido será analisado por, no mínimo, dois avaliadores ad hoc.
O resultado da avaliação, conduzida pelo Comitê Científico, será divulgado conforme o cronograma oficial.
Os trabalhos receberão um dos seguintes pareceres: “Aprovado”, “Aprovado com ressalvas” ou “Recusado”. Não serão permitidas modificações nos trabalhos após a divulgação dos resultados, seja em caso de aprovação ou recusa, em virtude do calendário estabelecido pela comissão.
Após a decisão da Comissão Científica, não haverá possibilidade de recurso por parte dos autores.
Instruções e informações sobre a apresentação dos trabalhos
No dia e horário definidos para a apresentação (oral ou pôster), é obrigatória a presença de pelo menos um dos autores inscritos no evento, a fim de esclarecer dúvidas ou responder comentários dos avaliadores e participantes.
Apresentações Orais: O apresentador terá acesso a Datashow e computador, dispondo de até 15 minutos para exposição do trabalho, mais 3 minutos para perguntas do público. As apresentações devem ser entregues em formato digital ao membro da comissão de apoio do evento (responsável pela sala), 15 minutos antes do início da sessão. Recomenda-se o uso dos formatos .pdf, .ppt, .pptx, .pps ou .odp. Os slides devem ser legíveis e com fundo claro. A comissão organizadora não se responsabiliza por arquivos danificados ou corrompidos.
Apresentações em Pôster: A disposição dos painéis obedecerá à numeração fornecida pela comissão científica (verifique o código do seu trabalho). O pôster deve ser fixado 30 minutos antes do início da apresentação e permanecer exposto até o seu término. O horário de apresentação é previamente estabelecido e divulgado tanto no site do evento quanto na programação oficial. Pelo menos um dos autores inscritos deve estar presente junto ao pôster no horário marcado para a apresentação. Caso o apresentador não se encontre no local no momento estipulado, a comissão científica poderá optar por não emitir o certificado de apresentação. O pôster deve ter dimensões máximas de 90 cm de largura e 120 cm de comprimento, devendo ser confeccionado com suporte (corda) para fixação. O título exibido deve ser o mesmo do trabalho aprovado.
Cada trabalho apresentado receberá um certificado, contendo o título do trabalho, os nomes de todos os autores e a categoria na qual foi apresentado (oral ou pôster), no prazo de até 30 dias após o término do evento.
Durante as apresentações (orais e pôster), a Comissão Científica concederá certificados de Honra ao Mérito aos melhores trabalhos. Para tanto, constituir-se-á uma comissão julgadora responsável pela seleção dos trabalhos premiados.
Comissão Científica
Prof. Dr. Jason Guy Taylor (ORG) - Presidente
Prof. Dr. Ricardo (BEA, QPN)
Prof. Dra. Emanueli do Nascimento da Silva (BEA, ANA)
Prof. Dra. Clarissa (HIS, EDU)
Prof. Dr. Humberto Fajardo (CAT)
Prof. Dra. Kelly Rocha (CAT)
Prof. Dra. Camila Grossi (CAT)
Prof. Dra. Andréa (QPN)
Prof. Dr. Marcus Vinícius (MED, FIS, BIO)
Prof. Dra. Ângela (MED, MAT)
Prof. Dra. Melissa (MED, TEO)
Prof. Dra. Dalila (ELE, TEC)
Prof. Dra. Aline G O Paranhos (AMB, ANA)
Prof. Dra. Camila de Paula (AMB, ANA)
Prof. Dra. Liliane Catone Soares (AMB, QVE)
Prof. Dr. Sérgio F. Aquino (AMB, TEC)
Prof. Dra. Louise (AMB, ANA)
Prof. Dra. Ana Carolina (EDU)
Prof. Dr. Gilmar (EDU)
Prof. Dra. Nilmara (EDU)
Prof. Dr. Leandro (TEC, FIS)
Prof. Dr. Gabriel Max (FIS, MAT)
Prof. Dra. Kisla (FIS, MAT)
Prof.. Dr. Rodrigo S. Correa (INO, FOT)
Profa. Flaviane Francisco Hilário (ORG)
Comissão Organizadora
Prof. Dr. Adilson Cândido da Silva - Presidente
Profa. Dra. Aline Gomes de Oliveira Paranhos - Vice presidente
Profa. Dra. Ana Carolina Gomes Miranda
Profa. Dra. Andréa Mendes do Nascimento
Profa. Dra. Camila Cristina Almeida de Paula
Prof. Dr. Claudio Gouvea dos Santos
Profa. Dra. Emanueli do Nascimento da Silva
Prof. Dr. Humberto Vieira Fajardo
Profa. Dra. Louise Aparecida Mendes
Profa. Dr. Marcelo Gomes Speziali
Profa. Dra. Melissa Soares Caetano
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Rosmaninho
Prof. Dr. Thiago Belarmino de Souza
Programação detalhada
Durante o 37º Encontro da Regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), que ocorrerá em Ouro Preto em 2025, será realizada uma reunião de assembleia da regional com o objetivo de discutir pautas estratégicas para o desenvolvimento da química no estado. A reunião contará com a participação de membros da SBQ-MG, abordando temas como planejamento de atividades, fortalecimento da comunidade científica, parcerias institucionais e iniciativas para a divulgação e valorização da química. Todos os associados estão convidados a contribuir com sugestões e deliberações que impactarão as futuras ações da regional.
Conferência de abertura: Rotas catalíticas para valorização de CO2 e produção de combustíveis sustentáveis (Dra. Liane Rossi, USP)
Frear as mudanças climáticas é um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade. A solução exige transformações profundas no setor energético e em políticas governamentais. Embora a correlação entre o aquecimento global e os gases de efeito estufa está bem estabelecida, as emissões desses gases continuam crescendo exponencialmente, apesar dos diversos tratados climáticos internacionais. A captura e uso de CO? como fonte de carbono, juntamente com H? renovável, para sintetizar combustíveis e produtos químicos de valor agregado é uma rota promissora para mitigar as emissões de CO? por meio de estratégias de captura e utilização de carbono (CCU). Embora a hidrogenação de CO? seja desafiadora, avanços consideráveis foram alcançados na síntese de metanol (CH?OH). Além de ser um intermediário químico importante, possui alta densidade energética e pode ser considerado um vetor de energia renovável. A síntese de moléculas com dois ou mais átomos de carbono (C2+), como parafinas, olefinas e oxigenados, possuem maior valor econômico e densidade energética do que os produtos C1. No entanto, a reação de acoplamento C–C é difícil de controlar, e a seletividade da reação continua sendo um grande desafio no desenvolvimento de catalisadores para a síntese de moléculas de cadeia hidrocarbônica na faixa de interesse para combustíveis. Nesta palestra, iremos abordar as rotas catalíticas em estudo para a conversão de CO2, bem como uma visão geral da síntese de metanol e do merco emergente de metanol verde.
Conferência de encerramento: Dr. Carlos A. L. Filgueiras, UFMG
D. Pedro II e a Química
O ano de 2025 assinala o bicentenário de nascimento do Imperador D. Pedro II (1825-1891), nascido no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1825. Ninguém esteve ou provavelmente estará à frente do país por tanto tempo, 49 anos, em seu caso de 1840 até 1889. Não só aquele largo período presenciou muitos e importantes desenvolvimentos no Brasil com relação à ciência, seu cultivo e aplicações, como tivemos à frente do país um governante profundamente empenhado nesse processo. A Química foi uma de suas ciências de predileção, e o imperador mantinha um laboratório e recebia e lia periódicos científicos de todo o mundo. Além disso, sua correspondência constante e contatos frequentes com inúmeros cientistas brasileiros e estrangeiros, assim como suas relações com as mais importantes instituições científicas do mundo, tornam o imperador uma figura única entre os chefes de estado do século XIX. Por tudo isso é conveniente neste ano emblemático revisitar as relações tão singulares de D. Pedro II e a ciência, e em particular a Química.
Mesas redondas
Ensino em tempos de rede social
A mesa redonda reunirá os professores Dra. Juliana Fedoce Lopes (UNIFEI), Dr. Sérgio Scherrer Thomasi (UFLA) e Dra. Ana Paula de Carvalho Teixeira (UFMG) para discutir o impacto das redes sociais no ensino de química e estratégias para engajar jovens no aprendizado científico. O debate abordará como plataformas como Instagram, TikTok e YouTube podem ser utilizadas para tornar o ensino mais dinâmico, atraente e acessível, explorando exemplos práticos de divulgação científica, ensino híbrido e ferramentas interativas.
Além disso, serão discutidos desafios como a disseminação de desinformação e a adaptação do papel do professor nesse novo cenário digital. Pretendemos promover uma reflexão sobre como os educadores podem aproveitar o potencial das redes sociais para despertar o interesse dos estudantes e fortalecer a conexão entre ensino formal e cultura digital.
Dr. Sérgio Scherrer Thomasi
UFLA
Dra. Juliana Fedoce Lopes
UNIFEI
Dra. Ana Paula de Carvalho Teixeira
UFMG
Energias renováveis: Do hidrogênio verde ao aproveitamento da luz solar
As mudanças climáticas, evidenciadas por desastres como o ocorrido no Rio Grande do Sul no ano passado e, mais recentemente, por ondas de calor no sul e chuvas intensas no nordeste, são intensificadas pelo uso contínuo de combustíveis fósseis, principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa. O Brasil, com sua abundância de recursos naturais, dispõe de fontes limpas, como hidrelétricas, energia eólica e solar, que, embora promissoras, ainda enfrentam limitações pela intermitência dos fatores climáticos e geográficos. Neste sentido, o hidrogênio desponta como uma alternativa atrativa por possuir densidade energética cerca de três vezes superior à da gasolina e emitir apenas vapor d’água quando utilizado como combustível. No entanto, desafios como seu baixo ponto de ebulição, baixa densidade e alta inflamabilidade dificultam o armazenamento, transporte e uso seguro. Nesse contexto, a química contribui com estratégias, como o armazenamento em hidretos complexos e ácido fórmico, liberando gás hidrogênio por processos catalíticos sob condições brandas. Portanto, essa mesa-redonda discutirá soluções e formas viáveis de adoção do hidrogênio como combustível sustentável.
Dr. Antônio Otávio
UFU
Dra. Renata Moreira
UFV
Dr. Diego Bagnis
ONINN
Inteligência artificial
A mesa redonda se propõe a discutir a interação entre Inteligência Artificial (IA) e Química, traçando um panorama desde as primeiras aplicações até os avanços recentes com modelos generativos. O debate abordará como a IA tem revolucionado a pesquisa e o ensino na área, desde a predição de propriedades moleculares e otimização de reações químicas até a criação de novos materiais e fármacos. Serão discutidos exemplos de como modelos generativos, como GPT e redes neurais, estão sendo utilizados para acelerar descobertas científicas, simular experimentos e personalizar o aprendizado em química
Dr. Jadson Castro Gertrudes
UFOP
Dr. Vinícius Matarollo
UFMG
Me. Angelo Lucas Sobrinho
UFOP
Inovação e Tecnologia
A discussão abordará temas estratégicos como novas oportunidades de carreira para os atuais e futuros químicos, transferência de tecnologia, empreendedorismo científico, patentes e propriedade intelectual, sustentabilidade e novas fronteiras da química aplicada. Além disso, serão exploradas iniciativas que impulsionam a inovação no setor, incluindo colaborações universidade-empresa, políticas públicas de fomento à pesquisa e o papel das startups na transformação do conhecimento científico em soluções tecnológicas viáveis. A mesa proporcionará um espaço para troca de experiências e reflexões sobre o futuro da química no Brasil e no mundo. Essa será uma excelente oportunidade para ampliar a visão sobre inovação e identificar caminhos para a valorização da pesquisa química como motor do desenvolvimento econômico e tecnológico. Como a inovação está contribuindo para a química em um mundo em transformação?
Dr. Paulo Afonso Granjeiro
UFSJ
Dr. Rochel Montero Lago
UFMG
Dra. Poliane Chagas Lago
NANONIB
Linguagem e discurso no ensino de química/ciências
Neste encontro, discutiremos as complexidades do uso da linguagem no contexto educacional, com foco nas salas de aula de ensino fundamental e médio, e suas implicações para o ensino superior. A partir de uma análise crítica das linguagens sociais, abordaremos como as diferentes formas de linguagem – científica e cotidiana – interagem e influenciam a aprendizagem dos alunos, especialmente nas disciplinas de ciências, como a Química. A mesa também examinará a relevância da Análise do Discurso de linha francesa, que enfoca a linguagem como um processo de mediação entre o sujeito e a realidade. Discutiremos como essa abordagem pode revelar as contradições presentes no discurso educacional, especialmente no que se refere à autoridade e ao diálogo em sala de aula, elementos fundamentais para a dinâmica de ensino no ensino superior. A proposta é refletir sobre o papel da linguagem como ferramenta de construção de sentidos e significados, e como a configuração política da linguagem impacta o ensino e a aprendizagem. Com isso, esperamos fomentar um debate enriquecedor sobre os desafios e as possibilidades da educação no ensino superior, considerando as tensões e as transformações que a linguagem impõe às práticas pedagógicas contemporâneas.
Dr. Eduardo Fleury Mortimer
UFMG
Dra. Cristhiane Carneiro Cunha Flôr
UFJF
Dra. Clarissa Rodrigues
UFOP
Desafios e Oportunidades da Pós-Graduação Além da Universidade: Um Estudo de Caso no Agronegócio
A pesquisa acadêmica tem um impacto direto no setor produtivo, e a agroquímica é um ótimo exemplo de como a conexão entre teoria e experimento pode levar a soluções inovadoras. A contaminação por agroquímicos ainda é um problema frequente, o que torna essencial o desenvolvimento de compostos mais seletivos e eficientes, capazes de minimizar danos ao meio ambiente e à saúde. Nesta apresentação, exploramos como ferramentas avançadas de modelagem molecular, como dinâmica molecular e Teoria do Funcional da Densidade (TFD), ajudam a entender melhor as interações entre agroquímicos – como o glifosato e compostos organoestânicos – e as enzimas-alvo. Além disso, mostramos como a combinação de cálculos computacionais e experimentos pode contribuir para investigar os mecanismos de ação dessas substâncias, abrindo caminho para o desenvolvimento de agroquímicos mais seguros e eficientes. Também destacamos a importância da pós-graduação na aplicação do conhecimento acadêmico no setor produtivo. A integração entre pesquisa e inovação não só impulsiona avanços científicos, mas também podem promover um agronegócio mais sustentável. Esse diálogo entre ciência e indústria é essencial para criar soluções que beneficiem tanto o meio ambiente quanto a economia.
Dr. Teodorico C. Ramalho
UFLA
Dra. Regiane Rios
Cromatográfica
Dr. Davyston Pedersoli
Nanofood
Increasing equity in science
The world of research and higher education brings together communities affluent in diversity—gender, background, social status, nationality… This diversity is one of its greatest strengths. However, to fully benefit from it, we must recognize and overcome the cognitive, cultural, and methodological biases that can influence both our daily interactions and the way knowledge is produced.
This round table invites a collective reflection on the barriers and enablers of equality and equity in science through four key topics:
1. Disability: accommodations, accessibility, communication, real inclusion of students and researchers
2. Diversity and Inclusion: multiculturalism, gender equality, language barriers, inspiring models
3. Returning after Extended Leave: maternity leave, illness, etc. — how can we better support academic and research careers?
4. Career and Promotion: mentoring, systemic bias, visibility
What role can institutions and their members play in addressing structural inequalities?
Faculty and researchers from Université Paris-Saclay will share their reflections and experiences on equity in science in an open and participatory discussion. Let’s imagine together a research environment that is more inclusive, more equitable, and more representative of real-world diversity.
Dr. Delphine Joseph
Université Paris-Saclay
Dr. Xavier Moreau
Université Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines
Damien Prim
Université de Versailles-Saint-Quentin-en-Yvelines
Dra. Anne Goucher
Université Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines
Minicursos
Como Identificar e Quantificar Compostos com Chenomx NMR Suite em Espectros de RMN de 1H?
Explore o poder da Ressonância Magnética Nuclear na elucidação de metabólitos! Neste minicurso prático, você aprenderá a utilizar o Chenomx NMR Suite e suas ferramentas avançadas para identificar e quantificar compostos em espectros de RMN de 1H. Descubra como processar espectros com o módulo Processor, explorar a identificação de compostos com o Chenomx Profiler e transformar dados espectrais em informações químicas valiosas por meio do binning. Do processamento básico à análise quimiométrica, você terá contato com as principais ferramentas para aplicar esses conhecimentos em seus próprios projetos de pesquisa.
Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado
UEMG
A Química na Ouro Preto Colonial
A Química, ciência central, sempre atraiu a atenção dos diferentes grupos humanos. Sendo ela o corpo de conhecimentos, teóricos ou práticos, que busca compreender e atuar nas transformações da matéria, quaisquer que sejam, é enorme a atração que exerce em todas as sociedades. Se nos despirmos de preconceitos acadêmicos da atualidade, podemos desvendar um panorama abrangente, em que conhecimentos teóricos e práticos se entrelaçam na busca de objetivos os mais variados. Assim ocorreu na antiga Vila Rica do século XVIII. A Química esteve sempre presente naquela sociedade, e o exame dos documentos disponíveis nos revela um ambiente fascinante de busca e aplicação de conhecimento químico, com protagonistas muitas vezes de alto nível, não obstante tantos empecilhos e dificuldades inerentes ao meio em que isso se desenvolveu.
Dr. Carlos A. L. Filgueiras
UFMG
Espectroscopia de Ressonância Paramagnética Eletrônica (EPR): Princípios e Aplicações na Campo da Química
Este minicurso tem como objetivo introduzir os fundamentos da Espectroscopia de Ressonância Paramagnética Eletrônica (EPR), uma técnica poderosa para a detecção e caracterização de espécies paramagnéticas, como radicais livres e íons metálicos de transição. Serão abordados os princípios básicos da técnica e como a EPR é empregada na química para estudar mecanismos de reação, estrutura eletrônica de complexos metálicos, estabilidade de radicais e processos catalíticos. Serão apresentados exemplos práticos de aplicações na química inorgânica, orgânica e bioquímica, destacando sua relevância para o desenvolvimento de novos materiais e processos químicos.
Dr. José Balena Gabriel
EMBRAPA -São Carlos
A espectrometria de massas e suas aplicações forenses
O minicurso será ministrado em duas aulas, totalizando 4 horas de duração. Na primeira aula abordaremos conceitos fundamentais da espectrometria de massas: princípios físicos, estrutura de um espectrômetro de massas, fontes de ionização, analisadores de massas e interpretação de espectros. Na segunda aula discutiremos aplicações da técnica na esfera forense: análise de drogas de abuso e falsificações de bebidas, perfumes, cigarros, documentos, dentre outras possibilidades.
Dr.Camila de Paula
UFOP
Química Medicinal: Fundamentos e Aplicações na Descoberta de Fármaco
A Química Medicinal é uma área interdisciplinar essencial para o desenvolvimento de novos fármacos, combinando conceitos de química, bioquímica e farmacologia. Pequenas modificações na estrutura molecular podem levar a mudanças significativas em suas propriedades biológicas, permitindo a otimização da atividade terapêutica. Neste minicurso, abordaremos os fundamentos da descoberta e otimização de fármacos, desde a relação estrutura-atividade até a modelagem molecular e a análise farmacocinética. Serão discutidos conceitos como QSAR (Quantitative structure–activity relationship), docagem molecular, metabolismo de fármacos (ADME-Tox) e estratégias modernas de descoberta, incluindo “drug repurposing” e aprendizado de máquina. Além da teoria, exploraremos exemplos de novas terapias, desafios e tendências da indústria farmacêutica, proporcionando uma visão abrangente e aplicada da Química Medicinal. Ao final, os participantes terão um maior conhecimento sobre essa área fascinante e suas aplicações no desenvolvimento de fármacos.
Bioinformática e análise de dados de sequenciamento
A bioinformática é uma área interdisciplinar que integra conhecimentos de biologia, química, ciência da computação e estatística para analisar e interpretar dados biológicos. Com o avanço das tecnologias de sequenciamento de DNA, RNA e proteínas, a bioinformática tem se tornado essencial para processar e extrair informações relevantes desses dados. Quando aplicada à química, a bioinformática permite explorar questões relacionadas à estrutura, função e interação de moléculas biológicas, como proteínas, enzimas e metabólitos, abrindo caminho para descobertas em diversos campos. O minicurso tem como objetivo apresentar os fundamentos da bioinformática, com foco no processamento e análise de dados de sequenciamento e suas aplicações em organismos. Serão abordadas desde as etapas básicas de análise de dados genômicos até aplicações específicas, como a predição de estruturas proteicas, o estudo de vias metabólicas e aplicação.
Dr. Eulálio Gutemberg dos Santos
UFV
Inovação e Energia: Da Luz à Eletricidade, Polímeros Condutores Nanoestruturados para uma Transição Energética Justa
Nesse minicurso o pré requisito é estar atento às mudanças climáticas e as novas tendências de descarbonização e novação! As mudanças climáticas se constituem em um desafio de escala global em várias perspectivas, cujo enfrentamento exige, de todos, a construção de soluções em um contexto de turbulência e incerteza, o que gera um cenário de alta complexidade.
Inicialmente o ouvinte irá saber a respeito da Matriz energética e elétrica no Brasil e no mundo; sistemas eólicos e fotovoltaicos instalados e potenciais de ampliação no Brasil. Em seguido serão convidados a refletir a respeito de qual é a energia mais barata do mundo; sendo convidado à uma incrível viagem pelo mundo dos polímeros conjugados e materiais híbridos nanoestruturados contendo grafeno e nanotubos de carbono para aplicação em células solares orgânicas, dispositivos flexíveis, de mais baixo custo e que operam com uma fonte de energia renovável
Dra. Hallen Daniel Rezende
UFMG
Espectrometria de massas e as novas fronteiras da bioanalítica: tendências, desafios e perspectivas
A espectrometrias de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) é uma poderosa ferramenta analítica para quantificação de metais traço em amostras ambientais, alimentos, tecnológicas etc. Embora o conhecimento do teor total de elementos químicos seja de extrema importância, esse dado pode não trazer consigo informações relevantes do ponto de vista biológico. Para tanto, faz-se necessário expandir o escopo de aplicação da técnica para explorar novos horizontes de pesquisa em áreas como a bioanalítica. Nesse contexto, têm-se desenvolvido novas estratégias analíticas como single-particle-ICP-MS e single cell-ICP-MS que possibilitam realizar estudos envolvendo nanopartículas (NP) e a determinação de metais no ambiente intracelular. Essas estratégias abrem novas frentes de pesquisa como a nanotecnologia aplicada em sistemas biológicos reposicionando a ICP-MS na fronteira do desenvolvimento científico. O minicurso abordará aspectos técnicos bem como a aplicação do ICP-MS nos mais recentes avanços da bioanalítica considerando a caracterização de NPs, estudos de single cell-ICP-MS e especiação química.
Dr. Jefersson Rodrigues de Souza
UENF
XCiência: Criando e compartilhando recursos para o ensino de Química
O Xciência é um projeto em que diversos tipos de recursos didáticos para o ensino de Química são elaborados e compartilhados com professores, tanto online (no site xciencia.org) como em um sistema de empréstimo de kits. Neste minicurso iremos discutir estratégias para a elaboração e o uso de recursos didáticos para o ensino de Química. O objetivo é que os participantes ganhem experiência com o uso de recursos didáticos diversos, e vislumbrem possibilidades para a criação de novos recursos. Trataremos da produção de kits para a experimentação em Química, com foco no uso de materiais acessíveis, de baixo custo e de baixa toxicidade. O papel do experimento e como ele pode ser inserido em diversos tipos de abordagens será discutido com os participantes.
A criação e o uso de modelos e outros materiais que podem ser manipulados pelos estudantes também será trabalhada. Mostraremos diversos exemplos produzidos usando a impressão 3D e o corte a laser e como eles podem ser aplicados em sala de aula.
Dr. Gilmar Pereira de Souza
UFOP
Dr. Alfredo Luis Mateus
COLTEC-UFMG
I Mostra de Ciência com a Escola
A I Mostra de Ciência com a Escola será realizada nos dias 06 e 07 de outubro de 2025. Essa mostra contará com diferentes experimentos destinados a crianças e adolescentes, estudantes da rede estadual de escolas de Ouro Preto, Minas Gerais. Ela será organizada por docentes do Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI-UFOP), estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE-UFOP) e discentes do Curso de Química Licenciatura da UFOP. As atividades dizem respeito à realização de experimentos de natureza investigativa, conduzidos de acordo com o nível cognitivo do público-alvo.
Este foi o trigésimo sétimo Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química- Minas Gerais, portanto um evento histórico. Este evento regional, já consagrado, é considerado um dos encontros regionais brasileiros que mais reúne participantes da área de Química e afins. Fato este é comprovado pelos últimos encontros, os quais reuniram cerca de 900 participantes em cada um. Este evento vem sendo realizado desde 1987 e, a cada ano, Instituições do estado de Minas Gerais se responsabilizam pela organização: UFMG (1987, 1988, 1994, 2001, 2008), UFMG/CEFET-MG (2015), UFJF (1989, 1995, 2003, 2009), UFV (1990, 1996, 2002, 2010), UFOP (1991, 1998, 2005, 2012), UFSJ (1992, 1999, 2006), UFU (1993, 2000, 2007), UFLA (1997, 2004, 2011), Unifal (2014), UFMG (2015), UFU (2016), UFJF (2018), UFTM (2019), UFMG (2022), UFLA (2023), UFVJM (2024) e UFOP (2025).