O ARTESANATO CERÂMICO ARTICULANDO PRÁTICAS E SABERES NO MARANHÃO: cartografia, identidade e circulação dos produtos

  • Autor
  • WALTER RODRIGUES MARQUES
  • Resumo
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    A pesquisa está relacionada com a abordagem das relações de produção e ação coletiva, atrelando-se às questões do trabalho e do ambiente. Propõe-se investigar a circulação do artesanato cerâmico produzido em algumas localidades do Maranhão (Alcântara, Cururupu, Humberto de Campos, Rosário) no intuito de compreender quais as articulações de práticas e saberes esse artesanato estabelece, ou seja, que redes de sociabilidade articula. Nesse sentido, busca-se igualmente cartografar identidades, marcas artísticas tantos do artesanato quanto de seus produtores. O objeto desse estudo é um prosseguimento da pesquisa do mestrado que versou sobre a cerâmica no ensino de artes visuais. Uma ceramista, em entrevista diz que seus produtos são distribuídos até para fora do Brasil, o que fez com que despertasse o interesse em pesquisar a circulação desses produtos e que redes de sociabilidade tecem, como: que espaços esse artesanato cerâmico ocupa? Os oleiros relataram que vendem (e distribuem) principalmente para São Luís e São José de Ribamar e quando para particulares, são os restaurantes os principais compradores. Pensando na distribuição e circulação de artesanato cerâmico produzido no Maranhão, no percurso que fazia quando estava em Estágio Supervisionado que ocorreu na Casa de Nhozinho, observei um carro parado nos fundos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, na Praia Grande distribuindo artesanato, inclusive, cerâmico. Perguntei ao distribuidor de onde vinha aquele artesanato e ele respondeu que vinha de várias partes do Brasil, como Minas Gerais, Pernambuco, Pará. Com essa observação e resposta, conversei com Mestre Jandir Gonçalves sobre isso e ele responde que os comerciantes valorizam mais o artesanato que vem de fora, não dando importância para o que é feito aqui. Uma questão problema que se coloca é que se não há valorização da cultura e/ou produção local por parte do poder público, dificilmente o comerciante vai dar valor a esse produto feito no Maranhão. É preciso que se trace uma identidade, uma marca identitária desse artesanato do Maranhão. É preciso identificar os produtores para cartografar a distribuição e tecer uma teia das redes de sociabilidade. Surge então outra questão: como se dá a gestão da cultura do poder público? Itamatatiua em Alcântara, Rosário, Cururupu, Humberto de Campos, São Luís, são alguns dos locais de produção e distribuição de artesanato cerâmico do Maranhão. Na capital, o CEPRAMA e o Estaleiro-Escola, são produtores de artesanato cerâmico. Portanto, há uma demanda de produção, é fato que há também distribuição. O foco dessa pesquisa é averiguar como o artesanato cerâmico articula saberes e práticas por meio da circulação no mercado local (ou nacional). Como hipótese secundária, verificar-se-á se é possível otimizar essa distribuição demarcando espaços de valorização do que é local.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Considerando os custos da pesquisa, pode-se viabilizar o foco de análise para um dos centros produtores ou mesmo para um ceramista/oleiro e considerar as redes de relações que sua produção pode alcançar. A hipótese norteadora é: como as mercadorias circulam? Como é feita essa distribuição? A partir do que responderam os interlocutores da pesquisa do mestrado, pretende-se averiguar de que forma o artesanato cerâmico de duas localidades da região metropolitana de São Luís – Alcântara e Rosário - articula saberes e práticas por meio da circulação desses produtos nesse mercado.  Considerando que a distribuição possa ser feita de forma aleatória e irregular - quando não sistematizada e/ou organizada por associação, o caminho do artesanato pode se perder, pois existe a possibilidade de não ser feito o registro da venda. Quando a distribuição é feita por associação, o grau de controle tende a ser maior. Contudo, isso precisa ser verificado, pois esta é apenas uma suposição (hipótese). A partir dessas reflexões e percepções, dos referenciais teóricos, das falas dos entrevistados na pesquisa para o mestrado de que seu saber era um saber ancestral e que lhes foi passado de forma geracional (pai para filho, mãe para filha), proponho criar ou recriar uma teia[1] da sociabilidade que o artesanato cerâmico do Maranhão por meio da cerâmica. O tema da investigação se volta para o objeto que conforme Burke (2005), a história cultural tem revisto os conceitos outrora sistematizados, podendo contar a história das coisas a partir das próprias coisas. E, como alerta Chimamanda Adiche em “O perigo de uma história única”, que permite pensar que é interessante se pensar que existe vários aspectos e verdades do mesmo objeto. O artesanato cerâmico é um produto que tem relevância no mercado maranhense, seja como objeto utilitário ou simbólico-decorativo. Assim, a pesquisa busca averiguar de que forma o artesanato cerâmico do polo Rosário e Alcântara articulam saberes e práticas por meio da circulação desses produtos no mercado.


    [1] Teia de ANANSE - a teia de aranha do povo ADINKRA, que significa sabedoria, esperteza, criatividade e complexidade da vida (MACHADO, 2014).

     

  • Palavras-chave
  • Artesanato cerâmico. Identidade. Circulação. Cartografia. Saber ancestral.
  • Área Temática
  • Questões do trabalho artístico, técnico e cultural no contexto contemporâneo das indústrias culturais e criativas, sob coordenação do Prof. Dr. Paulo Keller (PPGCSOC/UFMA) e Profa. Dra. Raquel Noronha (PPGDg/UFMA)
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Os Anais do Observatório do Mercado de Trabalho no Maranhão têm o propósito de publicar os trabalhos apresentados nos Encontros do OMT-MA, evento bianual que teve sua primeira edição realizada em julho de 2016 no Campus de São Luís da Universidade Federal do Maranhão. 

O OMT-MA é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Trabalho e Sociedade, vinculado ao Programa de Pós-Graduação  em Ciências Sociais da UFMA, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego. 

Os encontros do OMT-MA têm os seguintes objetivos:

• Debater estudos sobre o mercado de trabalho e as políticas públicas de geração de emprego e renda;

• Analisar as características regionais do mercado de trabalho;

• Incentivar pesquisas e realizar o acompanhamento periódico dos indicadores sobre o mercado de trabalho;

• Proceder à interlocução com instituições de estudo e pesquisas e centros produtores de estatísticas, cujas ações estejam voltadas para o mercado de trabalho

 

Normas para Publicação dos Artigos nos Anais

 

1. O(a) proponente deverá enviar o resumo de sua proposta (até 1.200 caracteres) no prazo estabelecido pela organização do evento.

2. Depois da aprovação do resumo, os(as) autores(as) devem enviar o trabalho completo, dentro do prazo estipulado;

3. Os trabalhos submetidos poderão ser em co-autoria de até 4 autores; 

?4. Os trabalhos serão submetidos no período determinado pelo Organização do evento com as informações de autoria, resumo e documento com artigo completo;

5. Somente serão aceitos e encaminhados para avaliação os artigos formatados de acordo com as seguintes regras:

5.1) Formatação: tamanho A4 (29,7 x 21 cm); orientação de papel: retrato; margens: superior e esquerda 3cm, inferior e direita 2cm; formatação: Times New Roman ou Arial, letra tamanho 12 no corpo do texto e espaçamento 1,5 (exceto para citações diretas longas, fontes e legendas de ilustração, fonte tamanho 10). Recuo parágrafo 1,5 (exceto citações diretas, 4cm). Mínimo de 8 e máximo 20 páginas, incluindo quadros, tabelas, gráficos, ilustrações, notas e referências bibliográficas. Paginação: canto superior direito.

5.2) Apresentação primeira página: Título e subtítulo em letra maiúscula, se houver. Resumo em português e palavras-chave. Início do texto de forma contínua.

?5.3) Resumo: deve abordar o assunto, objetivos, metodologia, resultados e conclusão; de 3 a 5 palavras-chaves, com no máximo 300 palavras e em espaçamento simples. E a palavra resumo no início em negrito.

?6) Para as referências aos autores feitas a partir de citações ao longo do texto, devem ser aplicadas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especificamente: NBR 10520/2002.

Destacamos que:

?6.1) As referências aos autores feitas entre parêntesis ao longo do texto devem seguir a seguinte padronização: o sobrenome do autor deverá ser escrito em caixa alta, seguido do ano da publicação e, no caso de citações literais, também o número da página da qual foi extraída. Para os casos de referências com até três autores, separar os sobrenomes com ponto e vírgula. Para acima de três autores, fazer referência somente ao sobrenome do primeiro autor seguido de “et al.” Por exemplo: (MONTEIRO, 1988); (MONTEIRO; VILHENA; CAVALCANTE, 1995); (MONTEIRO et al., 1999).

6.2) As citações literais com mais três (3) linhas deverão vir destacadas em blocos e recuadas, em fonte 10, sem aspas e espaçamento simples.

6.3) Referências: A entrada de autores nas Referências (no final do artigo) deverá ser idêntica àquela feita para as citações no texto e deverá, igualmente, seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR 6023/2002.

7) Após submissão é vedada qualquer alteração, correção ou inclusão de conteúdo autoria;

?8) Os artigos serão avaliados por pareceristas, seguindo os seguintes critérios:

8.1) Adequação da área temática ao conteúdo do artigo;

8.2) Problematizarão, objetivos e métodos apresentados de forma clara e bem definidos;

8.3) Se o desenvolvimento do texto tem sustentação teórica;

8.4) Estrutura lógica e adequada a um artigo científico;

8.5) Adequação às normas de submissão;

8.6) Atualidade e relevância do estudo;

8.7) Conclusão responde ao proposto nos objetivos.

?9) Os trabalhos aprovados para apresentação oral serão divulgados pela data estabelecida pela Organização do Evento;

?10) Os autores dos trabalhos selecionados deverão, obrigatoriamente, inscrever-se no evento.

?11) A apresentação dos artigos terá duração de 20 minutos, podendo ter debate na sequência das apresentações ou ao final de todas as apresentações, conforme decidir o/a coordenador/a da sessão;

12) Os certificados de apresentação de trabalhos serão disponibilizados apenas aos apresentadores presentes e que assinarem a lista de presença;

?13) Serão disponibilizados recursos audiovisuais para as apresentações (computador e projetor);

14) Quaisquer dúvidas sobre esse edital deve ser enviada para o e-mailomtmaranhao@gmail.com

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  • Reestruturação produtiva e formas de gestão do trabalho, sob coordenação do Prof. Dr. José Ricardo Ramalho (PPGS/UFRJ) e Prof. Dr. Raphael Jonathas Lima (PPGS-UFF)
  • Trabalho, gênero e etnicidade, sob coordenação da Profa. Dra. Camila Machado Sampaio (PPGCSOC/UFMA) e Profa. Dra. Marly de Jesus Sá Dias (PPGPP/UFMA)
  • Educação e qualificação profissional, sob coordenação do Prof. Dr. Juarez Carvalho Filho (PPGCSOC/UFMA) e Prof. Dr. Eugênio Pereira (LAEPT/UFPB)
  • Migração e trabalho escravo, sob coordenação da Profa. Dra. Flávia Moura (PPGCOM/UFMA) e Prof. Dr. Marcelo Sampaio Carneiro (PPGSOC/UFMA)
  • Questões do trabalho artístico, técnico e cultural no contexto contemporâneo das indústrias culturais e criativas, sob coordenação do Prof. Dr. Paulo Keller (PPGCSOC/UFMA) e Profa. Dra. Raquel Noronha (PPGDg/UFMA)
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