Introdução: a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998), recomenda que o aleitamento materno exclusivo (AME) deve ser feito até o sexto mês, após esse período o leite materno não é mais capaz de ofertar todos os nutrientes necessários. Diversos fatores podem influenciar as boas práticas ou não no aleitamento materno e consequentemente no início da introdução alimentar, dentre elas encontra-se a ausência de satisfação da criança somente com o leite materno, mamilos fissurados, assim como escolaridade, estado civil e empregabilidade materna e o número de paridades, estudos apontam que mulheres primíparas possuem maiores chances de seguirem com o aleitamento materno exclusivo iniciando a alimentação complementar da forma mais adequada. Assim tem-se como objetivo investigar a percepção e dificuldades maternas sobre o aleitamento materno e a alimentação complementar. Material e métodos: trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com abordagem quanti-qualitativa realizado em uma Unidade de Saúde da Família (USF) da Região Metropolitana do Recife-PE, a partir da aplicação de um formulário de coleta de dados. Foram contemplados nesse estudo, mães de crianças de 4 meses a 2 anos de idade, que não possuíam patologias que afetassem seu desenvolvimento, como: autismo, síndrome de down, microcefalia e paralisia cerebral. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Estácio do Recife, sob CAAE 83305418.9.0000.5640, sendo a coleta realizada apenas após obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelos entrevistados em seguida ao convite feito pelas pesquisadoras. Resultados: Das 78 mães entrevistadas, 76 (97,43%) realizaram AME, porém a grande maioria até o 4º mês (47,36%), mesmo afirmando estarem conscientes sobre o período correto de AME. Ainda houveram mães que afirmaram: “Se der após os 4 meses, o bebê não vai aceitar os alimentos, fiz assim com todos os meus filhos”; "Aos 3 meses eu já dava tudo a ele, leite de peito não sustenta ninguém, isso é tudo conversa!"; “Gostaria de ter uma melhor renda para ofertar melhores alimentos para meus filhos”. A rotina materna foi relatada como a maior dificuldade encontrada (58,9%) para o sucesso da AC, seguido de ausência de dificuldade (29,4%), enquanto que, a dificuldade financeira foi expressa por menos de (20,0%) do grupo. Conclusão: o estudo aponta para a necessidade de intervenções na rotina e sensibilização das mães para melhores percepções materna no que se refere ao AME. Sugere-se que as estratégias sejam educativas que explorem a importância do processo de aleitamento e de alimentação complementar não somente para o adequado desenvolvimento e crescimento da criança, como também para a saúde materna. Para isso faz se necessário avançar perante as influências culturais, e ofertar alternativas que facilitem o processo de amamentação para as mães que precisam retornar ao trabalho após o fim da licença.
Comissão Organizadora
Fabio Bruno Neves
Comissão Científica