O Brasil vivencia hoje um processo crescente de envelhecimento populacional. Cresce também o índice de indivíduos com doenças crônicas, bem como o uso contínuo de medicamentos, a poli farmácia. A tomada de consciência de que um estilo de vida saudável melhora a qualidade do envelhecimento, tem feito com que as pessoas adiram às práticas mais saudáveis, incluindo a melhora na dieta. Dentre diversos fatores que podem influenciar a qualidade do envelhecimento, a nutrição tem fundamental importância para que esse processo aconteça, já que a chegada da velhice pode ser causada mais rapidamente por conta da má alimentação. A maior parte de estudos sobre o uso de medicamentos em idosos refere-se aqueles que vivem na comunidade ou que participam de algum programa de saúde regional/municipal, sendo escassos os relacionados aos idosos institucionalizados. Apesar da tomada de consciência sobre a importância de estudos em relação à saúde dos idosos, ainda pode-se sentir carência de informações sobre esse assunto, o que gera uma certa curiosidade em saber mais sobre essa fase da vida, aprofundar estudos ou comprovar através de informações já obtidas assuntos que ainda não foram muito discutidos na literatura, dentre eles a palatabilidade, que pode modificar o comportamento alimentar dos idosos, visto que, a mesma engloba vários fatores como a textura dos alimentos, sabor, cheiro, o modo como ele é visto e os estímulos que a mesma causa, e quando essa palatabilidade é diminuída, pode acarretar em problemas no estado nutricional desses idosos. Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da poli farmácia com a baixa ingestão de alimentos, e as interações fármaco-nutriente de um grupo de idosos do município de Teresina- PI. Os métodos utilizados se basearam na coleta de dados sobre os medicamentos que os idosos utilizam, bem como a aquisição, dosagem, frequência e via de administração, e horário dos mesmos, ainda se fez a pesagem das refeições que eram oferecidas, analisou-se também a consistência das preparações e por fim, o resto de cada uma, para buscar possíveis alterações na ingestão das refeições ofertadas aos idosos. Tendo em vista a longa permanência do idoso nas instituições asilares, as instituições precisam atentar-se para esses aspectos, desenvolvendo estratégias que estimulem a boa alimentação e o prazer pelo consumo do alimento saudável, suprimindo as situações que geram efeito deletério através do uso de medicações fragilizados, para que seja possível identificar situações nocivas à saúde e indicar intervenções cabíveis para melhorar a vida dessa população idosa. Já em relação à ingesta alimentar, os resultados obtidos foram positivos, visto que na maioria dos dias foi pouca a rejeição das refeições oferecidas. Uma maior atenção deve ser dada aos casos de tratamentos crônicos e dietas monótonas, pois a biodisponibilidade do fármaco, bem como a de nutrientes, é essencial para o processo de cura de doenças. Entretanto, a falta de conhecimento dos impactos causados na ingestão alimentar pelas alterações fisiológicas dos idosos, pode contribuir para uma má nutrição, e consequentemente, para o surgimento de doenças, queda da qualidade de vida e até mesmo a desnutrição.
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Fabio Bruno Neves
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