Introdução: Compreende-se que, após o sexto mês de vida da criança a composição do leite materno já não supre as necessidades nutricionais do lactente, devendo iniciar a alimentação complementar. Esses novos alimentos têm que ser introduzidos gradativamente com consistências espessas, contendo todos os grupos alimentares e evitando-se alimentos industrializados. A literatura é consensual no que diz respeito à ocorrência de alimentação complementar precoce e inadequada em várias regiões do país. Como também a influência de vários fatores como idade materna, baixa renda, falta de informação e aconselhamento profissional para que o processo de alimentação complementar seja realizado corretamente. Objetivo: Avaliar as características do consumo alimentar das crianças menores de dois anos atendidas por uma Unidade de Saúde da Família (USF). Materiais e Métodos: trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa realizado em uma USF da Região Metropolitana do Recife-PE, a partir da aplicação de um formulário de coleta de dados. Foram contemplados nesse estudo, 78 mães de crianças de 4 meses a 2 anos de idade, que não possuíam patologias que afetassem seu desenvolvimento, como: autismo, síndrome de down, microcefalia e paralisia cerebral. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Estácio do Recife, sob CAAE 83305418.9.0000.5640, sendo a coleta realizada apenas após obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelos entrevistados em seguida ao convite feito pelas pesquisadoras. Resultados: a idade média das crianças foi de 13,66 meses. Notou-se que o aleitamento materno foi realizado por 76 (97,43%) crianças, porém apenas 33 (43,42%) crianças realizaram o processo de aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida. Destaca-se também, o consumo precoce do leite integral por 32 (54,23%) crianças. Com relação as preparações salgadas, o consumo entre 4 e 6 meses foi apresentado por 62 (78,8%) crianças, carnes (n= 44) e ovos (n=40) foram consumidos por mais de 50% das crianças aos 6 meses. Raízes e tubérculos foram consumos por 37 (47,43%) crianças aos 6 meses, a ingestão de legumes se deu em sua maioria aos 6 meses para 38 (48,71%) crianças, porém aos 4 meses observamos que 25 crianças (32,05%) já haviam tido algum tipo de contato com esse grupo de alimento. Já a oferta precoce de alimentos industrializados e adoçados se deu para 64 (82,05%) e 47 (59,49%) crianças, respectivamente. Conclusão: observa-se que apesar do aleitamento ser realizado por grande parte das crianças, a ingesta precoce de leite integral, mingau e os industrializados tiveram grande destaque, devendo-se ter maior atenção no aconselhamento e acompanhamento do profissional de nutrição para que haja melhorias na qualidade da alimentação dessas crianças.
Comissão Organizadora
Fabio Bruno Neves
Comissão Científica