Introdução: Crianças hospitalizadas estão em maior risco nutricional. Nesse aspecto, é de extrema importância avaliar precocemente o risco de desnutrição no momento da admissão, com a finalidade de estabelecer uma intervenção nutricional precoce e eficaz. Dentre os diversos instrumentos de triagem que são utilizados para identificação do risco nutricional encontra-se: a Triagem de Risco para Estado Nutricional e Crescimento (STRONGkids). Já para avaliar, classificar e monitorar o estado nutricional os parâmetros antropométricos mais utilizados são: peso e estatura/comprimento. Objetivo: Avaliar o risco nutricional de pacientes pediátricos internados em um hospital público de Recife-PE. Metodologia: Estudo transversal realizado com pacientes pediátricos, com idade entre um mês de vida e menor ou igual a dez anos, de ambos os sexos, admitidos durante o período de março a setembro de 2018. A pesquisa seguiu as normas éticas e foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa Da Universidade Federal de Pernambuco sob o número CAAE 82589817.6.0000.5208. Para avaliação de risco nutricinal foi utilizado o instrumento STRONGkids no momento da admissão. Para classificação do estado nutricional foram avaliados os índices antropométricos: peso para idade (P/I), estatura para idade (E/I), peso para estatura (P/E) e índice de massa corporal para idade (IMC/I) que foram comparados às curvas de referência para crianças da Organização Mundial de Saúde (OMS,2006). Os resultados foram avaliados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 13.0 (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos), Onde foi aplicado o teste de Qui Quadrado ou o teste de Exato de Fisher, quando indicado, para verificação das associações. Resultados: Foram avaliados um total de 266 pacientes, destes, 107 (40,2%) e 159 (59,8%) eram do sexo feminino e masculino respectivamente, com idade média de 2 anos. Ao avaliarmos o risco nutricional, segundo a STRONGkids, verificou-se que 163 (61,3%) pacientes foram classificados com baixo risco e 103 (38,7%) com médio/elevado risco de desnutrição. Após a identificação de risco classificamos o estado nutricional, onde, para P/I, 147 (55,3%) pacientes eram eutróficos, 26 (9,8%) em excesso de peso e 17 (6,4%) eram desnutridos. Para E/I, 237 (89,1%) encontravam-se dentro dos padrões da normalidade, já 29 (10,9%) abaixo deste padrão. Ao avaliarmos a relação de P/E em menores de 5 anos, verificou-se que 144 (54,1%) eram adequados, no entanto, 11 (4,1%) estavam abaixo do P/E e 33 (12,4%) com excesso de P/E. Para a classificação de IMC/I em maiores de 5 anos, diagnosticamos 187 (70,3%) pacientes eutróficos, 12 (4,5%) desnutridos e 67 (25,2%) com excesso de peso. Ao associarmos a classificação de risco nutricional com o estado nutricional dos pacientes avaliados, verificamos associação estatística significante com baixo P/I, baixa E/I e baixo IMC/I (p<0,05). Conclusão: A STRONGkids demonstrou bom desempenho diagnóstico para risco nutricional, visto que conseguiu identificar crianças em processo de desnutrição aguda e pregressa. Neste aspecto, salienta-se a importância de tornar como prática clínica a associação da triagem de risco nutricional em conjunto com a avaliação nutricional, para melhor identificar fatores de risco associados à desnutrição, permitindo uma priorização de ações para o grupo de maior risco.
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Fabio Bruno Neves
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