Relação entre inadequação alimentar, consumo de ultraprocessados e o desenvolvimento de obesidade em crianças de 6 a 23 meses do município de Pão de Açúcar-AL

  • Autor
  • Lilian Andrade Solon
  • Co-autores
  • Anny Kariny Pereira Pedrosa , Giovana Montemor Marçal , Marília Moura e Mendes , Ana Paula Grotti Clemente
  • Resumo
  • Objetivo: Investigar a associação entre a inadequação alimentar, o consumo de ultraprocessados e o desenvolvimento da obesidade infantil em crianças de 6 a 23 meses.                                                                                                         Metodologia: Estudo transversal com dados de crianças de 6 a 23 meses coletados no município de Pão de Açúcar- AL pelo projeto  intitulado “Avaliação da gestão e operacionalização dos Programas Nacionais de Suplementação de Ferro e de Vitamina A e a relação com o estado nutricional de crianças de 6 a 23 meses em municípios do estado de Alagoas”. Para avaliar a inadequação alimentar e o consumo de ultraprocessados foi aplicado um questionário de frequência alimentar com perguntas sobre a alimentação da criança referentes às últimas 24 horas que antecederam a entrevista. Para análise do critério de inadequação alimentar, houve avaliação do consumo dos seis grupos alimentares principais (frutas, hortaliças, carnes e ovos, leguminosas, leite e derivados, cereais e tubérculos). Já para o consumo de ultraprocessados, foram analisados a ingestão de açúcar adicionado, sucos industrializados, refrigerantes, embutidos, macarrão instantâneo, guloseimas, biscoitos ou salgados nas últimas 24h. O diagnóstico nutricional foi obtido por meio da antropometria, foi utilizado o índice de massa corporal (IMC)-para-idade e os resultados foram comparados com pontos de corte da Organização Mundial de Saúde (OMS/2006).                                                                                                                                                                  Resultados: A maioria das crianças apresentou inadequação na introdução alimentar, onde somente 44,2% apresentam variedade adequada, dentre os 6 grupos alimentares avaliados, o mais consumido foi o de leite e derivados (98,21%), já o grupo de hortaliças (verduras e legumes) foi o menos consumido (60%). A maioria das crianças (87,95%) ingeriram precocemente os ultraprocessados, dentre estes, os mais consumido foram os biscoitos e bolachas (80,36%), seguidos por confeitos e balas (38,39%), e açúcar adicionado a bebidas e preparações (37,5%), sendo o consumo de sucos industrializados (9,82%) e refrigerantes (14,73%) os mais baixos. Quanto ao diagnóstico nutricional, apenas 2,68% encontram-se com desnutrição aguda. Porém, 35,37% das crianças apresentam risco de sobrepeso ou já estão com excesso de peso.          Conclusão: Esta pesquisa demonstrou que, entre crianças de 6 a 23 meses, houve uma alta prevalência do consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e baixa variedade alimentar, sugerindo risco elevado para o desenvolvimento de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis.

  • Palavras-chave
  • alimentos ultraprocessados, crianças, excesso de peso, variedade.
  • Área Temática
  • Saúde coletiva
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Fabio Bruno Neves

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