Introdução: A alimentação é de extrema importância em qualquer idade, sendo através desta que o organismo obtém todos os nutrientes necessários para o seu correto funcionamento e desenvolvimento. No caso da criança esta constitui um dos fatores mais importantes para o seu normal crescimento. O aleitamento materno (AM) tem relevância no combate à desnutrição estabelecida nos dois primeiros anos de vida, sendo ele, em muitos casos, responsáveis pela sobrevivência da criança, principalmente aquelas em condições desfavoráveis. O AM reduz em 13% a mortalidade até os cinco anos, evita diarreia e infecções respiratórias, diminui o risco de alergias, diabetes, colesterol alto e hipertensão e leva a uma melhor nutrição, constituindo assim, fatores fundamentais para o desenvolvimento nutricional principalmente nos primeiros meses de vida. Objetivo: Avaliar a associação da classificação de risco nutricional pediátrico versus a prática de aleitamento materno em pacientes hospitalizados em um serviço de referência materno infantil de Recife-PE. Materiais e métodos: Estudo transversal realizado com pacientes pediátricos, com idade entre um mês de vida e menor ou igual a dez anos, de ambos os sexos, admitidos durante o período de março a setembro de 2018. A pesquisa seguiu as normas éticas e foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa Da Universidade Federal de Pernambuco sob o número CAAE 82589817.6.0000.5208. Para avaliação de risco nutricinal foi utilizada a Avaliação Nutricional Subjetiva Global Pediátrica (ANSG) no momento da admissão. O instrumento aborda os seguintes itens: exame físico, dados antropométricos usuais e atuais da criança, avaliação da ingestão alimentar e das alterações gastrointestinais e identificação de doenças de risco nutricional. Ao final a criança foi classificada como ‘’bem nutrida’’, ‘’moderadamente desnutrida’’ ou ‘’severamente desnutrida’’. Quanto a prática do AM o paciente foi classificado como aquele que ‘’amamenta/amamentou’’ ou ‘’não amamentou’’ segundo informações relatadas pelos pais ou responsáveis da criança. Os resultados foram avaliados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), onde foi aplicado o teste de Qui Quadrado ou o teste de Exato de Fisher, quando indicado, para verificação das associações. Resultados: Foram avaliados um total de 266 pacientes, destes, 107 (40,2%) e 159 (59,8%) eram do sexo feminino e masculino respectivamente, com idade média de 2 anos. Ao avaliarmos o risco nutricional, segundo a ANSG, verificou-se que 230 (86,5%) pacientes foram classificados como bem nutridos e 36 (13,5%) como moderadamente/severamente desnutridos. Quanto a prática do aleitamento materno materno 243 (91,3%) crianças foram ou eram amamentadas e 23 (8,6%) não amamentaram. Ao associarmos a classificação de risco nutricional com a prática do aleitamento materno, verificamos associação estatística significante entre as crianças que foram classificadas como bem nutridas e que foram amamentadas (p<0,05). Conclusão: A prática do aleitamento materno demonstrou ser um fator protetor para o risco nutricional. Neste contexto, salienta-se a importância do incentivo pelos profissionais de saúde quanto á prática do aleitamento e da sua promoção sobre os diversos benefícios que esse alimento traz para a população infantil, principalmente no que se refere ao processo de crescimento e desenvolvimento nos primeiros meses de vida.
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Fabio Bruno Neves
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