Introdução: O excesso de peso na população infanto-juvenil está cada vez mais evidente, não somente nas classes sociais mais favorecidas, mas também nas populações de baixa renda. O consumo de alimentos refinados associado ao sedentarismo são os principais fatores para gênese da obesidade. Torna-se ainda mais preocupante a presença de comorbidades associadas, a exemplo das doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e alguns tipos de neoplasias. Objetivo: Avaliar a prevalência de alterações de níveis pressóricos em crianças e adolescentes portadores de excesso de peso. Material e Métodos: Estudo transversal realizado em um ambulatório de nutrição infantil de um centro de referência do Nordeste brasileiro (Recife/PE) com crianças e adolescentes portadores de excesso de peso. Foram tomadas medidas antropométricas de peso, estatura (est) e Índice de Massa Corporal (IMC), além da medida de composição corporal circunferência da cintura (CC). A avaliação nutricional foi realizada mediante o indicador IMC/I das curvas de crescimento propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 2006-2007. A Pressão Arterial (PA) foi mensurada mediante um tensiômetro analógico apropriado para idade ou espessura do braço. Tendo seus valores tabulados por meio de curvas de PA classificados segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 2005. Para a razão CC/Est utilizaram-se os dados de CC e estatura. Os dados foram tratados no programa SPSS versão 13.0 para Windows e o Excel 2010. O Comitê de Bioética em Pesquisa do IMIP aprovou o presente estudo sob o n.º 2.408.440 e os responsáveis dos participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: No total foram avaliadas 54 individuos com faixa etária entre 3 a 18 anos e média de idade de 11,18 anos (+/- 3,25DP), a maioria segundo o ABEP pertencia à classe social C, D com 55,5% e 31,45% respectivamente. O IMC/I evidenciou que 38,87 % eram obesos enquanto que 31,48 % tinham sobrepeso, já a obesidade abdominal esteve presente segundo a CC e CC/est em 83,3% e 68,5% respectivamente. As alterações de níveis pressóricos foram elevadas na população sendo observada em 35,18%. Conclusões: O presente estudo evidenciou uma a alta prevalência de alterações de níveis pressóricos em populações com excesso de peso, mesmo esta sendo composta por crianças e adolescente. Sugerindo que a obesidade abdominal na população infanto-juvenil pode predispor ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, a exemplo a hipertensão arterial.
Comissão Organizadora
Fabio Bruno Neves
Comissão Científica