Estado Nutricional de Pré-escolares da Região Nordeste Beneficiários do Programa Bolsa Família

  • Autor
  • Laís Gomes Lessa Vasconcelos
  • Co-autores
  • Nykholle Bezerra Alemeida , Mayara de Oliveira Alencar Santos , Jonas Augusto Cardoso da Silveira
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A população brasileira, nas últimas décadas, experimentou transformações no padrão de saúde e nutrição, o que pode ser observado, por exemplo no antagonismo de tendências temporais da desnutrição e obesidade, e no aumento de doenças crônicas não transmissíveis. Inquéritos nacionais apontam que a prevalência de excesso de peso em pré-escolares no Brasil aumentou de 3% para 7,8% entre os anos de 1989 a 2006, destacando-se a região Nordeste com o maior aumento, de 1,6% para 7,2%. Quanto ao monitoramento do estado nutricional (EN) nesta faixa-etária, a última pesquisa com representatividade nacional realizada no Brasil foi em 2006, limitando o conhecimento sobre o panorama atual da situação nutricional das crianças brasileira. Deste modo, destaca-se o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) como ferramenta estratégica da atenção nutricional de indivíduos em todas as etapas do ciclo da vida. 

    OBJETIVOS: Descrever o EN de pré-escolares assistidos pelo Programa Bolsa Família (PBF) da região Nordeste acompanhadas pelo SISVAN em 2017.

    MÉTODOS: Estudo transversal realizado a partir de dados secundários proveniente do módulo de gestão do PBF/SISVAN, extraídos dos relatórios públicos do estado nutricional de crianças entre 2-5 anos de idade da região Nordeste de 2017. A classificação do EN foi realizada a partir do índice peso-para-altura tomando como referência as curvas de crescimento da OMS. Por serem dados de domínio público, a pesquisa não requer apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa. 

    RESULTADOS: Em 2017, foram pesados e medidos 1.285.240 de pré-escolares cadastrados no PBF da região Nordeste, sendo a classificação nutricional mais frequente a eutrofia (60,34%), seguida do risco de sobrepeso (16,42%) e da obesidade (9,54%); a prevalência de baixo peso (magreza e magreza acentuada) foi de ~6%. O Estado do Maranhão foi onde se observou maior prevalência de magreza acentuada (3,62%) e magreza (4,23%) na região Nordeste. Todos os estados apresentaram prevalência de eutrofia >55%, sendo o complemento das frequências distribuídas em risco para e excesso de peso. Em relação ao risco de sobrepeso se destacaram os estados de Ceará e Rio Grande do Norte (RN) com as maiores prevalências de 19,44% e 18,75%, se mantendo também dentre aqueles com as maiores prevalências de excesso de peso. Em relação à obesidade, destaca-se Pernambuco (12,12%), Ceará (11,39%), RN (10,73%) e Sergipe (10,56%) como os estados que apresentaram maior prevalência; já no Piauí, a prevalência foi de 7,31%, representando a menor frequência da região.  

    CONCLUSÃO: Em 2017, a maioria dos pré-escolares assistidos pelo PBF no Nordeste apresentaram peso adequado para altura. No entanto, destaca-se a presença elevada de crianças em risco para o excesso de peso, além daquelas que já apresentam sobrepeso e obesidade. Reconhecida historicamente como uma região marcada pela desnutrição, tais achados corroboram com o cenário atual de transição nutricional, especialmente por se tratar de um grupo de alta vulnerabilidade sociobiológica. Assim, reforça-se a importância de garantir investimentos para o fortalecimento das ações de alimentação e nutrição na atenção básica, além de mudanças estruturais na sociedade, a fim de superar este importante problema de saúde pública.

  • Palavras-chave
  • Estado Nutricional; Pré-Escolar; Vigilância Alimentar e Nutricional
  • Área Temática
  • Saúde coletiva
Voltar Download
  • Nutrição Clinica
  • Nutrição Funcional
  • Nutrição Esportiva
  • Gastronomia
  • Saúde coletiva
  • Saúde coletiva
  • Temas transversais:Os trabalhos inscritos nesta área são todos aqueles que não se encaixam no perfil das demais áreas temáticas, mas que tenham provocado a reflexão/discussão acerca da temática geral do congresso.

Comissão Organizadora

Fabio Bruno Neves

Comissão Científica