INTRODUÇÃO: A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Conhecida desde a antiguidade, caracteriza-se por crises agudas de obstrução das vias aéreas inferiores provocando dificuldades respiratórias que interferem na qualidade de vida do indivíduo asmático. O distúrbio parece resultar de interações complexas entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais, sendo considerado um importante problema de saúde pública entre crianças nas mais diversas zonas geográficas do mundo, onde 75% dos casos são diagnosticados entre os 7 e os 10 anos de idade. O tratamento da doença é efetuado por diversos medicamentos, preferencialmente por via inalatória, incluindo os corticosteroides e os broncodiladores. Com base no exposto, o presente trabalho teve como objetivo investigar na literatura a conduta nutricional empregada como uma terapia coadjuvante para o controle clínico da asma. METODOLOGIA: Revisão da literatura realizada a partir de uma busca eletrônica nas bases de dados da ScieLo e PubMED, empregando-se os termos “Asma” e “Dietoterapia para asmáticos”. Os critérios de inclusão foram: relação direta com o tema, artigos publicados no período de 2007 a 2018, com disponibilidade da versão completa on-line. Após a análise dos estudos identificados pela busca, foram selecionadas quatro publicações que cumpriram os critérios de elegibilidade. RESULTADOS: Evidências sugerem que a diminuição da ingestão de alimentos fontes de antioxidantes e o aumento da ingestão de fast-foods com alto teor de gorduras poliinsaturadas tem contribuído para o aumento de asma e de doenças alérgicas. Os estudos efeituados nos últimos anos demonstram a importância da alimentação materna na imunidade do recém-nascido como fator protetor do aparecimento de asma. Observa-se que a conduta dietética para o indivíduo asmático deve ser individualizada e de acordo com os hábitos alimentares do paciente, como também deve atentar a interação fármaco-nutriente. Essa conduta deve levar em consideração o estado nutricional, indicando-se a suplementação com ômegas 3 e 6, visto que eles reduzem os leucotrienos bronconstritivos e são anti-inflamatórios. Dessa forma, o óleo de linhaça e óleo de peixe parecem diminuir a sintomatologia da asma brônquica, o estresse oxidativo e a produção de citocinas inflamatórias, apresentando efeito protetor contra desordens inflamatórias. Nutrientes de característica antioxidante podem também agir na proteção das vias aéreas e reduzindo o estresse oxidativo. Destaca-se o magnésio, mineral com efeito relaxante muscular, e a vitamina D, classificada como um nutriente “anti-infeccioso". CONCLUSÃO: Em suma, considera-se que seja apropriada uma conduta nutricional individualizada, que oferte nutrientes com efeitos antioxidantes em quantidades adequadas para a idade. Estudos que permitam quantificar dosagens específicas e tempo de uso mais associado ao controle clínico da doença são necessários para a determinação de uma abordagem dietética direcionada ao indivíduo portador de asma.
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Fabio Bruno Neves
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