RESUMO
O transtorno do espectro autista (TEA) é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico caracterizado por déficits na comunicação e interação social, padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Estima-se que aproximadamente 1% da população mundial seja diagnosticada com autismo. O estado nutricional desses pacientes pode ser alterado pelo inadequado consumo alimentar e fatores relacionados ao comportamento alimentar. Tais fatores podem estar fortemente associados ao sobrepeso/obesidade infantil no autismo. Mediante a isso a pesquisa objetivou analisar os aspectos nutricionais de crianças com o transtorno do espectro autista em uma instituição do Recife, estando eles entre as idades de 3 anos a 10 anos incompletos e que não apresentem outras síndromes genéticas associadas. O estudo teve uma abordagem de natureza observacional, transversal por conveniência, onde foi realizado aplicação de questionário de frequência alimentar com os pais ou responsáveis e avaliação nutricional das crianças para coleta de informações como peso, altura e circunferência da cintura, por conseguinte os dados foram analisados mediante aos índices, índice de massa corporal para idade (IMC/I), peso para estatura (P/E), peso para idade (P/I) e estatura para idade (E/I), onde o parâmetro de corte utilizado foi o escore Z, após a compilação de todos os dados os resultados foram armazenados em um banco de dados para o levantamento estatístico. Das crianças avaliadas, 5 (50%) apresentaram sobrepeso e obesidade (10%, n=1) pelo IMC/I, bem como 3 crianças (30%) apresentaram risco de sobrepeso, em relação P/E (33%, n= 2) enquadram-se com risco de sobrepeso e em sobrepeso (50%, n= 3), a maioria das crianças (90%, n= 9) encontram-se com peso adequado para idade e apenas (10%, n=1) está com peso elevado e todas as crianças estão com a estatura adequada para idade. Os resultados obtidos revelam que a maior parte das crianças autistas apresenta um grau de sobrepeso e obesidade. Sendo assim, a correta conduta nutricional poderá somar aos demais tratamentos para o autista, contribuindo para melhoria da sintomatologia clínica e qualidade de vida.
Comissão Organizadora
Fabio Bruno Neves
Comissão Científica