A obesidade infantil é uma alteração metabólica multifatorial que se perpetua, muitas vezes, na vida desta população até a fase adulta, configurando-se como um grave problema de saúde pública. A literatura mostra que a prevalência de excesso de peso em crianças menores de 5 anos foi de 7,3% em 2006 e de 12% em 2014. Torna-se preocupante o aumento significativo de obesos nas faixas etárias mais precoces, devido o aumentando à predisposição para doenças como hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemias, cardiopatias, além de distúrbios psicológicos. Assim, o estudo teve por objetivo avaliar a influência de um estilo de vida sedentário e uma dieta desbalanceada no aumento da obesidade em crianças em idade pré escolar e escolar. Foram selecionadas 15 publicações disponíveis nas bases de dados Scielo, PUBMED e LILACS datados de 2005 a 2017. Os descritores utilizados foram: Obesidade, crianças, alimentação e sedentarismo. Os estudos avaliados mostraram que o acesso à tv, computadores, vídeo games, e outros eletrônicos está associado ao desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na infância, pelo comportamento alimentar inadequado influenciado pela mídia, bem como pelo sedentarismo, sendo as crianças com inatividade física mais propensas a desenvolver excesso de peso. Outro determinante evidenciado no surgimento da obesidade foi o aumento acentuado do consumo de alimentos de alta densidade calórica, ricos em açúcares simples e gordura, como alimentos processados e ultraprocessados, associado à diminuição da ingestão de frutas, legumes e verduras. Outros fatores também relacionados foram peso ao nascer maior que 3500g, desmame precoce, maior gordura abdominal da mãe, assim como excesso de peso dos país e escolaridade materna, onde filhos de mães com ensino fundamental ou superior apresentam menor taxa de excesso de peso. Visto que o sobrepeso e obesidade é um problema crescente, de grande magnitude e que muitos de seus fatores determinantes são passíveis de intervenção, é recomendado o desenvolvimento de ações educativas em saúde visando o incentivo a um estilo de vida mais ativo aliado à promoção de uma alimentação saudável e equilibrada a fim de previnir o excesso de peso e suas consequências ainda na infância. Por ser um problema de saúde pública propõe-se ainda a realização de intervenções no controle da propaganda de alimentos não saudáveis dirigidos ao público infantil, assim como a inclusão de um percentual mínimo de alimentos in natura no programa nacional de alimentação escolar e redução de açúcares simples.
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Fabio Bruno Neves
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