A UTILIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM NO PARTO NORMAL

• Autor
• Maria Victória Cravo Salustiano
• Co-autores
• Fabrícia Rogéria Cardoso Correia , Rosinete Cristina de Melo Wanzeller , Sylvia Regina Vasconcellos de Aguiar , Andressa Tavares Parente (orientador)
• Resumo

• Introdução: O processo de enfermagem é um instrumento metodológico, que tem por objetivo orientar a prática profissional, o que aumenta a visibilidade e o reconhecimento deste. Tal registro deve ser realizado formalmente em um instrumento, com um resumo dos dados coletados durante a consulta de enfermagem¹. Sabe-se que a humanização faz parte de uma assistência de enfermagem de qualidade, além de ter grande importância no momento em que a mulher se encontra fragilizada, sensível e ansiosa². A atuação do enfermeiro no parto, por meio do processo de enfermagem é essencial na redução de morbimortalidade materna e perinatal, diminuindo ações intervencionistas³. Sob esta perspectiva, destaca-se a Sistematização da assistência de enfermagem (SAE), dentre as variadas modalidades de cuidados empregados na práxis de enfermagem, viabilizando a identificação de problemas presentes e potenciais proporcionando uma assistência personalizada e holística, princípios fundamentais do cuidado humanizado⁴. Regulamentou-se, no Brasil, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a SAE, por meio da Resolução N°358/2009, designando como um dever a implementação desse sistema em todas as instituições públicas e privadas⁵. Objetivo: Descrever a utilização do processo de enfermagem, especificamente da Sistematização da Assistência de Enfermagem, durante a condução do parto normal. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, documental, retrospectiva de cunho quantitativo, através da coleta de dados dos prontuários em um hospital de referência materno-infantil na região Norte, nos meses de janeiro a junho de 2012, e que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão, totalizando 1421 prontuários. A coleta de dados se deu nos meses de fevereiro a abril de 2014. Resultados: O estudo evidenciou que em 836 casos (58,83%) houve a realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem de forma integral, 573 pacientes (40,32%) onde SAE foi realizada de forma parcial e em 12 pacientes (0,84) não houve execução da SAE. Ainda pode-se perceber que apenas 4,57% partos normais foram assistidos pelo enfermeiro, mostrando reduzida atuação do enfermeiro quanto à utilização do seu principal instrumento de assistência, e conscientização da importância de se realizar a SAE de forma completa com todas as suas etapas. Conclusão: Através do presente estudo, contatou-se que a atuação do enfermeiro obstetra na assistência ao trabalho de parto normal necessita de maior protagonismo, tendo em vista que praticamente metade das pacientes recebeu esta assistência de forma incompleta e para uma boa atuação do enfermeiro as etapas da SAE devem ser realizadas de forma adequada, para que sejam identificados os principais problemas, além de direcionar a equipe técnica em seus procedimentos. Neste sentido, o enfermeiro deve atuar de forma mais ativa, pois esta é uma atividade privativa deste profissional. Contribuições e implicações para enfermagem: Evidenciou-se a importância da realização de trabalhos com a temática abordada, considerando a baixa atuação do enfermeiro no seu principal instrumento assistencial, visto que é a peça chave para proporcionar o cuidado às parturientes de forma qualificada e humanizada, na promoção de uma assistência integral, sistematizada e que potencialize os sujeitos envolvidos na coparticipação do cuidado. Pode se inferir essa inexpressividade quanto à realização da SAE, à sobrecarga de funções administrativas e a alta rotatividade de parturientes, o que a realização de uma assistência integral.

• Palavras-chave
• Enfermagem Obstétrica, Parto Normal, Processo de Enfermagem.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Eixo 3: O Processo de Enfermagem como evidência do cuidado