Nos últimos anos, o Brasil foi palco de realizações de grandes eventos de caráter esportivo, entre eles o Pan Americano (2007), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). Neste interim, a partir de meados de 2013 observou-se manifestações denominados como “o gigante acordou” ou, conforme alguns autores, como “mega protesto” em referência a magnitude dos investimentos e dos custos associados. Tais movimentos sociais foram impulsionados, entre outras razões, pela “Operação Lava-Jato” e acabaram por resultar no impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Todos estes fatos refletem, atualmente, na crise democrática experimentada pelo país. O grupo de trabalho tenciona a abordagem da interligação entre a camisa da seleção brasileira de futebol, a simbologia que esta representa e os reflexos dentro de um ambiente democrático polarizado. Tal abordagem implica na inserção de um ramo pouco estudado dentro das ciências sociais: a sociologia política das emoções. Dentro da sociedade, as emoções são tidas como motor de massas, implicando a irracionalidade de movimentos sociais movidos por esta, exemplo, feminismo, antirracismo, LGBT, etc. No entanto, a compreensão da perspectiva racionalista das emoções, principalmente dentro de uma democracia polarizada, representa uma ferramenta importante na análise dos movimentos político-sociais atualmente. O enquadramento teórico, portanto, desenvolve os conceitos de democracia e o reflexo do sentimento de pertencimento a determinado polo político por meio da representação (e utilização) da camisa da seleção brasileira de futebol. Como resultado, expecta-se a complementação das discussões a respeito da apropriação do uniforme futebolístico por parcela da população, ao passo da análise de como esta tornou-se um distintivo para demonstração de posicionamento político-ideológico no Brasil.
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Maro Lara Martins
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