Este trabalho buscou refletir o processo violenta da colonização e destruidor de "outras-histórias", tendo como seu resultado, a formação do Estado e nação brasileira. Para isso, usei como objeto de análise iconográfica do filme “Uma História de Amor e de Fúria”, produzido pelo brasileiro Luiz Bolognesi, em 2013. Um filme de animação que conta a história desde outra perspectiva sobre o processo de colonização, o qual conta a versão de um Tupinambá, etnia esta que viviam nas regiões do Guanabara, divisa São Paulo-Rio de Janeiro, que recebe a missão de guiar seu povo contra a dominação do mal de Anhangá, no caso, os portugueses, e todo o pensamento ocidentalizado.
A escolha deste filme se deu pela excitação que o mesmo trouxe pela sua potencialidade crítica e política a cerca da formação do Estado brasileiro, assim como seu pensamento político e social. O enredo, os diálogos e a narrativa do filme, desde o início, se mostram um filme politicamente engajado em seu contexto, e simbolicamente histórico. Aborda momentos de conflitos nacionais desde outra perspectiva, não como mera passagens nos livros de história, mas sim, como revoltas sociais contra todo o sistema colonial da época e sua retroatualização nos dias de hoje. A história nacional é amplamente questionada desde o ponto de vista dos "conquistados", dos “perdedores”, dos "débeis e fracos", dos "outros", os indígenas, os negros e os mestiços. Daqueles que lutaram, resistiram, e morreram defendendo suas histórias e memórias, mas que a História Oficial brasileira apenas marca como datas nos livros de ensino das escolas, mas que, no entanto, são movimentos sociais e de resistência que moldaram com afinco o pensamento social brasileiro.
A escolha do filme como cospus analítico para pensar as bases com que foram formulados o pensamento social brasileiro e a forma como a história é contada. Trazendo dois elementos: de Estado e de nação, como categorias analíticas produzidas, e não historicamente dadas, entendidas como resultados de um processo e não de um ato constitutivo. Isto é, o Estado tido como um conjunto de instituições interdependentes que formam um aparato de poder e de recursos de dominação política, sob o conceito de Nação. Assim, pensar o processo de colonização e dominação como constituintes de uma mentalidade nacional, política e social brasileira, e de que forma podemos pensar sua continuidade até os dias de hoje, criticando a forma como é ensinada a História do Brasil.
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Maro Lara Martins
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