O presente trabalho tem como objetivo pensar e discutir sonoridade da música afro-diaspórica oriunda do movimento hip-hop, como produção epistêmica e epistemológica sob uma perspectiva interseccional que discute raça e gênero. Partindo de um cenário onde us sujeites que compõem, produzem e interpretam músicas estão produzindo uma forma de conhecimento contra-colonial. Neste sentido, parte-se de perguntas como: Quem produz sonoridade? Quais são os instrumentos que atravessam esse modo de fazer musical e sua relação com a diáspora negra? Quais aspectos dessa perspectiva corroboram com a produção de uma epistemologia situada, isto é, um modo de compreender e validar o conhecimento sob um ângulo diaspórico? Seguindo este caminho, o presente trabalho partirá de análises de músicas do movimento hip-hop atravessando o rap, o grime/drill - música eletrônica periférica - para pensar sobre estes movimentos que conduzem à sonoridade. Tendo também como ponto de partida produtorus musicais como agentes dessa atuação. Compreendendo se e como aparecem instrumentos como atabaques, berimbaus entre outros nesta musicalidade. Entendendo que a música é composta por diversas características e facetas. O trabalho buscará cumprir com seus objetivos a partir de revisão bibliográfica e análise de letras e aspectos sonoros de artistas como DJ Akila, BADSISTA, Jup do Bairro, Sé da Rua, N.I.N.A, Barona, Sodomita, Iza Sabino e Irmãs de Pau. Sob essa diretriz, minha perspectiva enquanto corpo ouvinte, mulher negra cis e de origem periférica, é acionada enquanto categoria etnográfica de análise.
Comissão Organizadora
Maro Lara Martins
Comissão Científica