Formação do Poder Político e Estrutura Fundiária: analisando a inclinação dos blocos partidários nas Comissões Parlamentares ligadas a questão da propriedade da terra no Brasil

  • Autor
  • Pedro Antonio Maciel de Arruda
  • Resumo
  •  

    O Pensamento Político Brasileiro possui importância fundamental na árdua tarefa de interpretação das muitas facetas da estruturação política e socioeconômica nacional, em especial para a compreensão das relações de poder presentes no recorte em questão. Nesse sentido, na tentativa de melhor entendimento da formação das bases políticas, e, consequentemente da organização social sobre as especialidades do capitalismo brasileiro, a investigação da formação, desenvolvimento e harmonização do poder político torna-se recorrente para entendermos as camadas das formas de dominação presentes nas arenas política e institucional. Sobre essa dinâmica, destaca-se que a formação do poder político brasileiro materializa acentuadamente os diversos graus de capacidade de articulação do poder na materialização das pretensões de grupos, o que nos faz refletir sobre a necessidade constante de analisar essa desproporcionalidade de forças imersa em todas as etapas do processo político decisório e seus respectivos impactos na organização dessa sociedade, dando-se enfoque a representação político-partidária e ideológica. Em razão desse fio argumentativo, observamos como objeto de investigação a contradição capitalista do acesso desalinhado de um propósito social comum, concedendo um sistema fundiário que alimenta profundamente as desigualdades presentes no tecido social brasileiro. Como tentativa de analisá-lo, adota-se como objetivo central da pesquisa a busca por interpretar a inclinação ideológica dos blocos políticos formados no interior das Comissões Parlamentares Permanentes ligadas à propriedade da terra. Para o desenvolvimento da pesquisa, analisam-se respectivamente as Comissões de: Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR); Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS); Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia (CINDRA); Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS); e, Minas e Energia (CME). Trata-se, assim, de uma pesquisa de caráter descritivo, utilizando-se das lentes de nomes fundamentais do Pensamento Social Brasileiro como fundamento teórico para entender esse fenômeno, e confrontá-lo com a composição numérica dessas comissões sobre a perspectiva de representação e representatividade de grupos sociais para as áreas temáticas que orbitam em torno da formação e manutenção do sistema fundiário. Nesse sentido, foram utilizados dados secundários de fonte pública, obtidos através da transparência da Câmara dos Deputados, coletados em novembro de 2022. Dessa forma, entende-se de fundamental importância para a sociedade e a academia investigar os elementos responsáveis pelos diversos graus de desigualdade enraizados da organização do sistema fundiário brasileiro, e como este se manifesta politicamente.

     

    REFERÊNCIAS

     

     

    BOLOGNESI, Bruno et al. Uma nova classificação ideológica dos partidos políticos brasileiros. 2021.

    CHAUÍ, Marilena. A Nação como Semióforo. In: Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000. Disponível em pdf

    MARTINS, José de Souza. Reforma agrária: o impossível diálogo. Edusp, 2000.

     

    MARTINS, José de Souza. O Poder do Atraso: ensaios de Sociologia da História Lenta. São Paulo: Hucitec, 1994.

    SAES, Décio. República do capital: capitalismo e processo político no Brasil. São Paulo: Boitempo Editorial, 2001.

    SOUZA, Jessé. A Elite do Atraso: da escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2020.

     

     

  • Palavras-chave
  • Poder Político. Sistema Fundiário. Relações de Poder. Representação Ideológica.
  • Área Temática
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