O presente trabalho analisa a ideia de pensar o folclore enquanto uma ciência autônoma no pensamento intelectual de Manuel Diégues Junior (1912-1991), durante o processo de institucionalização das Ciências Sociais no Brasil. Na metade do século XX, os estudiosos do folclore lutaram pelo reconhecimento do folclore como disciplina autônoma no interior das Ciências Sociais. Entretanto, em face da crítica de antropólogos, ocorreu a marginalização dos estudos folclóricos, cada vez mais associado a um saber regional. A partir das ideias de Sirinelli (1996) e de Angela de Castro Gomes e Patrícia Santos Hansen (2016), ligadas a uma história intelectual e ao conceito de intelectual mediador, busca-se identificar as formas como Manuel Diégues Júnior desenvolveu seus escritos em torno deste campo de estudo, pensando-a enquanto uma disciplina conectada às Ciências Sociais. Sendo assim, como visão metodológica, utilizamos como principais fontes para o desenvolvimento deste trabalho os estudos Ciências Sociais no Brasil (1944) e Folclore e Ciências Sociais (1958), da autoria de Manuel Diégues Júnior, que estão disponíveis nas hemerotecas digitais da Biblioteca Nacional (BN) e do Centro Nacional de Folclore e Cultura popular (CNFCP). Além disso, estabelecemos um método historiográfico baseado na análise do discurso do filósofo Michel Foucault (2008), problematizamos o conceito de saber e poder desenvolvido pelo referido intelectual, conforme as fontes analisadas. Por este arcabouço, levantamos uma discussão em torno da história dos estudos folclóricos no Brasil enquanto uma dimensão do chamado Pensamento Social Brasileiro.
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Maro Lara Martins
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