A greve dos caminhoneiros de 2018: uma investigação sobre trabalhadores das rodovias

  • Autor
  • Caio Tito de Souza
  • Resumo
  • A pesquisa tem como objeto de estudo, introduzir uma investigação sobre maio de 2018 (Greve dos Caminhoneiros), isto é, a mobilização de trabalhadores caminhoneiros que paralisou o país por 11 dias, empenha-se no levantamento do cotidiano dos acontecimentos de maio de 2018, essa investigação analisada a partir da categoria de Greve de Massas por Rosa Luxemburgo. Por sua vez, em maio de 2018 houve uma mobilização dos caminhoneiros autônomos e CLTs, contra a política que a Petrobrás anunciou em outubro de 2016 sob a precificação dos combustíveis, a PPI - Política de Paridade Internacional. Os ajustes sendo realizados de forma diária, de acordo com a flutuação cambial e o preço do dólar, política essa colocada em prática, após a nova agenda neoliberal empenhada pelo presidente do momento Michel Temer. A categoria de caminhoneiros não suportou e foi ao enfrentamento com o Estado nas rodovias de todo o país em maio de 2018, realizando a paralisação de atividades escolares, hospitalares, circulação de transportes públicos, esvaziamentos de produtos em supermercados e postos de gasolina, e fez o país entrar em colapso em menos de uma semana. Essa paralisação perdurou por 11 dias até a chegada de um acordo e o acionamento das forças armadas para o desentrave das rodovias. Enquanto a categoria de Luxemburgo, a compreensão da categoria clássica de Greve de Massas de Rosa Luxemburgo, uma das característica com um fenômeno móvel, não prendendo somente um fases das lutas sociais, mas que consegue refletir em si todas ela, política e econômica, não uma ação isolada.  A autora, compreende a dimensão entre as lutas econômica e política de uma não exclusão entre si, mas como uma causa e efeito sucedem-se, alternam-se incessantemente. A potencialidade e o poder que os trabalhadores demonstraram era assustadora ao Estado e fez questionar sobre a organização da mobilização que teve, de forma particular a mobilização de outras áreas do setor de transportes, pois não havia liderança, nenhum representante legal, e não somente os caminhoneiros autônomos realizaram paralisação, mas tiveram a adesão de outros setores, a implicação então aqui do empresariado, a qual a essa pesquisa desempenhará uma análise, como uma performance desse setor até então aversa ou contrária a essa categoria de trabalhadores, se fez dentro da paralisação. Suscita a indagação sobre a existência então de um locaute e não mais uma greve, ou pelo menos com diversas características de um locaute dentro da paralisação. Parte-se da hipótese que a mobilização instaurada em maio de 2018 não alcançou o nível político e econômico de discussões e ações que a categoria desenvolvida por Luxemburgo defende em seus escritos, parte do entrave para esse alcance se dá pela aliança entre trabalhadores e empresariado, mas representou uma possibilidade concreta de paralisação de uma categoria de trabalhadores que pode influir sobre toda a produção do país. A pergunta que objetiva minha problematização: o maio de 2018 permite uma interpretação de que pode ser considerado uma greve de massas, de acordo com a categoria desenvolvida por Luxemburgo, ou até mesmo um locaute, ainda que a peculiaridade do contexto que fez os caminhoneiros paralisaram as rodovias não fosse por uma exploração de patrões direta? O método e análise feita dos dados coletados, desenvolve-se pela metanarrativa crítica que tem como fundamento o método dialético. Busca-se uma postura metodológica racional que opera por um "descortinamento" do real objetificado, na busca em sair do imediatismo, para uma inteligência mediada da realidade, compreendendo o movimento do objeto, a aparência e essência, e o alcance da estrutura interna e dinâmica do objeto, extraindo dele todas as categorias constitutivas.

  • Palavras-chave
  • Greve dos caminhoneiros; Alianças políticas; Capital Financeiro.
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