Do Centro Popular de Cultura ao Cinema Documentário: as metamorfoses da obra do cineasta Eduardo Coutinho sobre o Brasil (1962-1999)

  • Autor
  • Bruno Wesley Soares da Costa Araújo
  • Resumo
  • O presente trabalho problematiza a percepção sobre o povo brasileiro e o fazer fílmico em dois momentos distintos da trajetória do cineasta brasileiro Eduardo de Oliveira Coutinho (1933-2014). Em um primeiro momento, analiso sua atuação no Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes, ao lado da geração do Cinema Novo, tendo a arte engajada e o Brasil como problema na centralidade da disputa artístico intelectual do nacional-popular, até o golpe empresarial-militar de 1964. Em um segundo momento, apresento como as transformações artísticos-culturais no período ditatorial e na abertura política dos anos 1980 levaram o diretor a mudanças de posição crítica sobre o fazer artístico cinematográfico e como filmar as pessoas comuns, já presente em seu mais conhecido filme, o documentário Cabra marcado para morrer (1964-1984). Com esse intuito, deter-me-ei em seus anos como documentarista popular no Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP), entre os anos 1980-1990, período em que se aproxima das questões fundamentais da redemocratização e da Nova Constituição de 1988, filmando, a contrapelo, junto aos moradores das favelas, da luta operária, dos direitos basilares da cidadania e daqueles e daquelas invisibilizados em múltiplas periferias do Brasil, colocando em questão, de forma sutil, os limites do alcance do liberalismo democrático, ao mostrar a realidade de pessoas comuns à margem. Para tanto, parto das entrevistas do diretor nos dois recortes de tempo e de seus filmes no CECIP, Santa Marta: duas semanas no morro (1987); Volta Redonda: memorial da greve (1989); Boca de Lixo (1992) e Mulheres no front (1996). Destarte, dialogarei com as contribuições suscitadas por pesquisadores da cultura como Marcos Napolitano (2001, 2017), Marcelo Ridenti (2014), do cinema como Bernardet (2007, 2009) e Ramos (2008, 2018); do campo político, a partir do filósofo Enrique Dussel (2007).

  • Palavras-chave
  • Brasil; Arte engajada; Cinema documentário; periferia.
  • Área Temática
  • GT 2 - Cinema e Quadrinhos como categorias de análise acerca do Pensamento Social Brasileiro
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  • Grupos de Trabalho (GTs)
  • Pensamento Social Brasileiro
  • Intelectuais, Cultura e Democracia
  • GT 1 - Correspondências intelectuais entre o pensamento social brasileiro e a teoria crítica da sociedade: entre o legado teórico e as contribuições para compreensão de problemas contemporâneos
  • GT 2 - Cinema e Quadrinhos como categorias de análise acerca do Pensamento Social Brasileiro
  • GT 3 - Cultura religiosa e autoritarismo afetivo: perspectivas teóricas e metodológicas para o pensamento social do Brasil contemporâneo
  • GT 4 - Democracia, emoções e futebol
  • GT 5 - Elites, Poder e Instituições Democráticas
  • GT 6 - Estabelecidos e Outsiders do Pensamento Social Brasileiro
  • GT 7 - História, cultura e sociedade: diálogos entre Brasil e América Latina
  • GT 8 - Interseccionalidade e Reconhecimento
  • GT 9 - O modernismo brasileiro e a tradição de pensamento social brasileiro
  • GT 10 - O pensamento (neo)conservador brasileiro
  • GT 11 - O Pensamento Social Brasileiro versus a formação docente
  • GT 12 - Pensamento político brasileiro e atuação intelectual na transição dos séculos XIX e XX
  • GT 13 - Pensamento Social Brasileiro e Historiografia: problemas, aproximações, possibilidades
  • GT 14 - Pensamento Social Brasileiro: intelectuais e a produção sobre relações raciais
  • GT 15 - “Questão social”, luta de classes e dominação burguesa no Brasil
  • GT 16 - Sociedade, movimentos sociais e a Democracia no Brasil
  • GT 17 - Tecnopolíticas e Sociologia Digital
  • GT 18 - Apresentações Coordenadas

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