Essa apresentação, resultante de uma pesquisa de mestrado, explora a obra da intelectual e ativista Lélia Gonzalez, tomando-a como referência incontornável no debate das relações raciais. Lélia produz elaborações acerca dos lugares que a mulher negra ocupa na sociedade, sem perder de vista todo o conjunto da população brasileira e o processo de africanização que a originou. Seu escopo de pesquisa atravessa todo o período de invasão e posterior escravização dos povos trazidos da áfrica e vai até os anos 90, mas se concentra sobretudo nos anos 80, tendo como base a reorganização do movimento negro a época. Dito isso, destacamos que Lélia é uma intelectual que representa uma os debates de toda uma geração, travando um franco diálogo com o pensamento social desde uma perspectiva negra. Mas, não só, ela ampliou as agendas de pesquisa e teve vasta atuação como ativista. Desse modo, interessamos destacar o modo como Gonzalez introduz a perspectiva da mulher negra na disputa interpretativa sobre a formação cultural brasileira, o que ocorre em simbiose com seu pioneirismo na estruturação do movimento feminista negro, dando enfase a categoria de Mulata.
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Maro Lara Martins
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