Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) se caracteriza como um transtorno psiquiátrico que diz respeito a um conjunto de particularidades com grau de comprometimento no modo de se comportar socialmente, de desenvolver linguagem e comunicação, refere-se também à comportamentos repetitivos e especificidades únicas de um indivíduo. E atualmente, uma em cada 160 crianças são diagnósticas com TEA começando na infância e tende a perdurar na adolescência e na idade adulta. Objetivo: Discutir sobre os percursos e os estigmas do autismo a partir da história do selvagem de Aveyron. Método: O presente trabalho trata-se de um relato crítico a partir da análise do filme O garoto selvagem, fazendo um nexo com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), retratado na literatura. Resultados: Antigamente não se pensava na dimensão da loucura na criança, somente os adultos eram considerados loucos. As crianças com comportamentos desviantes da norma eram chamadas de idiotas ou tinham retardo mental. A história de Victor tem grande importância para a medicina psiquiátrica, porque vemos o selvagem e o idiota dar lugar para a condição de humanidade, que ele também tem, apesar de ser quem ele era; com isso, foi possível tratá-lo com moralidade e tentar civilizá-lo. Ao ser estudada a idiotia como um retardo mental na criança, Esquirol e Pinel pensavam que o prognóstico era irreversível, por outro lado, Séguin e Delasiauve consideravam o défict parcial e o prognóstico reversível até certo ponto, se fossem utilizados métodos especiais que tinham viés pedagógico. Logo, “o ponto de partida desses métodos são as tentativas de Itard com a criança, que ele chamou de Victor e que ficou célebre como o selvagem de Aveyron”. Victor, o selvagem de Aveyron, era um jovem considerado fora dos padrões societários, porque apresentou um comportamento, que atualmente pode ser considerado autista, e foi tratado como idiota, anormal ou retardado, mas seu desenvolvimento e o aprendizado conseguem ter sucesso através dos métodos pedagógicos de Itard. Com isso, ele pôde demonstrar seu próprio modo de pensamento, como por exemplo, ser mais sensível a sons graves, e ter a capacidade de sentir variadas emoções, porém não consegue descrevê-las. Por isso, é necessário focarmos em cuidados para além dos estereótipos e preconceitos estabelecidos pela sociedade, instituições e até a ciência, para que possamos chegar a um entendimento do diferente que resulte em mútuo beneficio, principalmente no que diz respeito ao contexto relacional. Logo, é necessário intervenção desde a primeira infância para promover um bom desenvolvimento e um bem-estar do sujeito. Conclusão: Portanto, conclui-se que, é preciso que cuidemos das crianças, não negando a existência delas por conta da condição autista, mas que possamos oferecer a elas as oportunidades necessárias para se desenvolver com conduta ética e respeito ao sujeito no seu modo de existir, para que não sofram com estigmas e exclusão, como no caso do selvagem de Aveyron.
DA ELABORAÇÃO, SUBMISSÃO. E APRESENTAÇÃO ORAL DOS RESUMOS
Comissão Organizadora
Francisco Mayron Morais Soares
Luciana de Moura Ferreira
Comissão Científica
Bruna Aparecida Melo Batista
Francisco Wesley Souza
Glícia Mesquista Martiniano Mendonça
Kirley Kethellen Batista Mesquita
Maria Laís dos Santos Leite
Maria Sinara Farias
Márcio Silva Gondim
Paulo Cesar Teles Correia Junior
Rafael Pereira
Rebeca Chaves Cruz
Samylle Barbosa Veras Ferro