Introdução: O abrigo São Francisco é um serviço da proteção social especial (PNAS, 2004) que oferece acolhimento para crianças em situação de risco e vulnerabilidade, tais como, morte dos pais ou responsáveis, violação dos direitos, abuso, rejeição de familiares e diversas formas de violência. Nesse intuito, fortalecer laços de afetividade nas relações dessas crianças é importante para se ter um desenvolvimento saudável. Objetivo Relatar uma intervenção realizada no equipamento com foco no desenvolvimento do lado afetivo das crianças a partir do lúdico, a fim de fortalecer laços e promover saúde mental. Método: Trata-se de um relato de uma experiência de uma intervenção com 10 crianças acolhidas na Casa São Francisco, com faixa etária de 04 a 06 anos, no ano de 2019. As atividades foram voltadas para o viés artístico, em que, no meio de uma roda, no chão, havia uma diversidade de materiais lúdicos e fotos dos personagens do filme Divertidamente (raiva, nojo, medo, alegria, e tristeza). Tais atividades tiveram por finalidade, promover diálogos, convivências sócio-afetivas e interações sociais; ao serem exploradas as potencialidades, as emoções, a autonomia e a independência. Resultados: Durante a visita a Casa São Francisco, foi perceptível olhar os impactos na saúde mental daquelas crianças, pois sentiam muita falta dos pais, mas com a intervenção puderam experimentadas novas experiências, também carregavam consigo muitos signos, que, aos poucos, através da linguagem, produziram uma série de significados para a psicóloga analisar e tratar, e a partir disso, elas conseguiam dar sentido ao que vivenciavam em seus cotidianos. Já a autonomia é construída na relação e é mais compreendida quando ampliada e contextualizada nas relações, ao longo do desenvolvimento infantil, e as transformações, pelas quais passam, ocorrem mais no nível social do que biológico. Vygotsky (1993) trabalha com os conceitos de desenvolvimento da espécie e do homem, buscando compreender a origem e a trajetória desses dois fenômenos, logo, traz a noção de que a relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente mediada. Sendo assim, os elementos mediadores são os instrumentos, que são interpostos entre o homem e o mundo, ampliando as possibilidades de transformação da natureza. E os signos, que são definidos como elementos que representam algo ou expressam outros objetos, eventos ou situações. Nessa perspectiva, as crianças que participaram da intervenção, se apropriaram bem do espaço, desenharam o personagem que mais se identificaram, bem como criaram o que quiseram com massinha de modelar e pintaram os participantes da intervenção, usando os pincéis e a tinta guache. Por fim, finalizamos com um lanche, com o propósito de socialização entre todos. Conclusão: Portanto, conclui-se que, é importante a assistência às crianças, na Casa São Francisco, pois ajuda a melhorar a saúde mental, auxilia na superaração de traumas e no enfrentamento dos processos de culpabilização, pois tiveram os laços afetivos fragilizados ou rompidos. Logo, ter o olhar direcionado à subjetividade dessas crianças é o primeiro passo para fortalecer as relações, os vínculos afetivos e promover saúde, para que assim, tenham um desenvolvimento saudável.
DA ELABORAÇÃO, SUBMISSÃO. E APRESENTAÇÃO ORAL DOS RESUMOS
Comissão Organizadora
Francisco Mayron Morais Soares
Luciana de Moura Ferreira
Comissão Científica
Bruna Aparecida Melo Batista
Francisco Wesley Souza
Glícia Mesquista Martiniano Mendonça
Kirley Kethellen Batista Mesquita
Maria Laís dos Santos Leite
Maria Sinara Farias
Márcio Silva Gondim
Paulo Cesar Teles Correia Junior
Rafael Pereira
Rebeca Chaves Cruz
Samylle Barbosa Veras Ferro