Introdução: O sistema prisional brasileiro feminino se mantém em constante crescimento, dentre as mais diversas questões que atravessam a temática relação dessas mulheres com a maternidade. A realidade prisional fragiliza o vínculo “mãe-filho(a)” e entende-se que dentro dessas relações perpassa questões de gênero e os papéis atribuídos á mulheres diante da sociedade. Sabe-se que a mulher presa viola os espaços que outrora a foram impostos, na qual a violação dos seus direitos reforça um caráter duplamente punitivista (SILVA, 2015). Objetivo: Este trabalho tem como objetivo explanar uma análise das percepções sobre mães privadas de liberdade e os impactos psicossociais da ausência dessas relações mãe-filho na rede familiar. Método: Possui metodologia do tipo qualitativa através da pesquisa de campo, na ocasião foram entrevistadas nove internas na Cadeia Pública Moacir Sobreira de Sobral, quanto a coleta de dados foram utilizados um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada, a análise de dados ocorreu mediante a análise de conteúdo, nos quais foram observados o modo na qual a maternidade atravessa as paredes do cárcere. A pesquisa possui aprovação do Comitê Ética através do protocolo nº 4.433.410. Resultados: Baseando-se no contexto feminino dentro da situação de cárcere, sabe-se que as mulheres recebem menos visitas e tem os vínculos familiares mais fragilizados (FERRARI, 2010). Durante a entrevista todas as mulheres eram mães, nas quais possuem mais de 2 filhos, após a entrada na instituição grande parte dos vínculos foram afetados, e elas para além de privadas de liberdade também foram privadas de informações básicas sobre seus filhos, essas crianças foram redirecionadas a outros parentes que assumiram esse compromisso de cuidado, entretanto compreende-se as dificuldades existentes para que essas mulheres possam exercer sua maternidade. Observou-se durante a entrevista autorresponsabilização e extrema culpa pelas condições dos seus filhos, sobretudo os impactos psicossociais que o afastamento pode gerar em seus filhos. Conclusão: Portanto, vê-se que o “ser mãe” foi afetado, e não apenas as perspectivas do que os filhos sentem pela mãe, mas de como ela se relaciona com ela mesma dentro essa experiência de exclusão, faz-se necessário um fortalecimento dessa rede familiar para redução desses impactos e fortalecimento dos vínculos.
DA ELABORAÇÃO, SUBMISSÃO. E APRESENTAÇÃO ORAL DOS RESUMOS
Comissão Organizadora
Francisco Mayron Morais Soares
Luciana de Moura Ferreira
Comissão Científica
Bruna Aparecida Melo Batista
Francisco Wesley Souza
Glícia Mesquista Martiniano Mendonça
Kirley Kethellen Batista Mesquita
Maria Laís dos Santos Leite
Maria Sinara Farias
Márcio Silva Gondim
Paulo Cesar Teles Correia Junior
Rafael Pereira
Rebeca Chaves Cruz
Samylle Barbosa Veras Ferro