Introdução: No Brasil cerca de 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras a cada ano, desse total a maior parte dos diagnósticos são de queimaduras de 2° grau superficiais ou profundas. O tratamento indicado nesse tipo de lesão é o enxerto de pele, entretanto, trata-se de um procedimento de difícil acesso e alto custo, por isso tem-se buscado nos materiais biológicos alternativas para este tipo de tratamento. Desde de 2014 vem sendo estudada e testada a possibilidade de incluir a pele de Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) como biomaterial para o processo regenerativo da pele humana. Objetivo: Identificar a partir da literatura os benefícios da utilização da pele de tilápia no processo terapêutico de queimaduras. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa, em que realizou-se uma busca bibliográfica por meio das bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PubMed. A coleta de dados foi realizada durante o mês de março de 2021. Os descritores utilizados foram: “Pele”; “tilápia”; “tratamento”; “Curativo Biológico” e “Xenoenxerto”, em idiomas português e inglês. O estudo envolveu a leitura dos artigos com base na compreensão do método que estava sendo estudado, diante dos descritores foram encontrados 68 artigos e selecionados 4 para serem estudados. Como critérios de inclusão: estudos em português e inglês, que correspondem ao objetivo desta pesquisa e artigos disponíveis na íntegra. Como critério de exclusão: artigos não disponíveis na íntegra e artigos que não eram compatíveis com o objetivo apresentado. Resultados e Discussões: Nas 4 pesquisas estudadas foram identificados os diversos benefícios do uso da pele de tilápia. Além do baixo custo, foram descritos: fácil aplicação e alta disponibilidade; microbiota não infecciosa; estrutura morfológica semelhante à pele humana; maiores quantidades de colágeno tipo 1; ausência de antigenicidade e toxicidade; capacidade de conservar a umidade e evitar a entrada de microrganismos assim promovendo a epitelização ou favorecendo a formação do tecido de granulação; pacientes tratados com a pele de tilápia referiram menos dor no final da aplicação do curativo. Outro aspecto de suma importância é que dependendo da quantidade de exsudato, avaliam-se as trocas das peles e dos curativos. No entanto, quanto mais trocas, maior o risco de infecção, maior o custo do tratamento e, o pior, maior a possibilidade do paciente sentir dor. Considerando estes aspectos, ressalta-se que nos casos tratados com a pele da Tilápia-do-Nilo, houve um menor número de substituições de curativo. Considerações Finais: Com base nos estudos realizados, nota-se que cada vez mais aumenta a possibilidade da utilização da pele de Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) como uma tecnologia inovadora como biomaterial no processo regenerativo da pele, uma vez que os experimentos em ratos e humanos foram bem sucedidos, como também as comparações com outros métodos tópicos como: sulfadiazina de prata e hidrofibra com prata (Aquacel AG®).
DA ELABORAÇÃO, SUBMISSÃO. E APRESENTAÇÃO ORAL DOS RESUMOS
Comissão Organizadora
Francisco Mayron Morais Soares
Luciana de Moura Ferreira
Comissão Científica
Bruna Aparecida Melo Batista
Francisco Wesley Souza
Glícia Mesquista Martiniano Mendonça
Kirley Kethellen Batista Mesquita
Maria Laís dos Santos Leite
Maria Sinara Farias
Márcio Silva Gondim
Paulo Cesar Teles Correia Junior
Rafael Pereira
Rebeca Chaves Cruz
Samylle Barbosa Veras Ferro