Introdução: A alimentação adequada nos primeiros anos de vida é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social. Nessa fase, a alimentação deve ser ofertada de forma diversificada, para aumentar as chances da criança receber todos os nutrientes necessários. Além disso, uma alimentação variada, que inclui alimentos in natura ou minimamente processados, principalmente frutas, verduras e legumes, influencia a formação do paladar e a relação da criança com a comida. O estilo de vida moderno promove práticas alimentares inapropriadas entre crianças, por exemplo: devido à falta de tempo para o preparo dos alimentos, os pais ou responsáveis acabam por ofertar alimentos processados e ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras e aditivos químicos, por serem mais rápidos e práticos. Entretanto as recomendações para a alimentação saudável apontam que não devem ser oferecidos alimentos ou refeições que contenham açúcar a crianças menores de dois anos de idade, pois seu consumo frequente está associado ao desenvolvimento de cáries dentárias, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, além de prejudicar a percepção do paladar e a aceitação de alimentos não açucarados. Objetivo: Verificar as práticas alimentares de crianças de 6 a 23 meses relativas ao consumo de alimentos com excesso de açúcar no estado do Ceará, segundo os dados do SISVAN Web. Método: Trata-se de um estudo transversal retrospectivo realizado por meio da coleta de dados secundários referentes ao período de 2018 a 2020 oriundos dos relatórios de acesso público da plataforma digital do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN Web), disponíveis em: <http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriopublico/index>. O levantamento incluiu crianças de 6 a 23 meses de idade, de ambos os sexos, e as seguintes variáveis dos marcadores de consumo alimentar da Vigilância Alimentar e Nutricional, que avaliam alimentos ingeridos no dia anterior: consumo de bebidas adoçadas e consumo de biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Os dados obtidos foram organizados em frequência absoluta e relativa para análise descritiva. Resultados: No ano de 2018, foram acompanhadas 8184 crianças, das quais 2322 (28%) consumiram bebidas adoçadas e 2017 (25%) consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Essa proporção manteve-se semelhante no ano de 2019: das 15747 crianças acompanhadas, 4208 (27%) consumiram bebidas adoçadas e 3855 (24%), biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Em 2020, os dados mostraram que das 8721 crianças acompanhadas, 1703 (20%) consumiram bebidas adoçadas e 1668 (19%), biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Conclusão: A utilização dos marcadores de consumo alimentar permite a identificação de comportamentos relacionados à qualidade da alimentação. Os resultados deste estudo mostraram que crianças menores de dois anos de idade consomem alimentos com excesso de açúcar, o que reforça a importância das orientações e políticas públicas acerca dos benefícios do consumo de alimentos saudáveis e dos malefícios dos alimentos não saudáveis a fim de prevenir complicações futuras.
DA ELABORAÇÃO, SUBMISSÃO. E APRESENTAÇÃO ORAL DOS RESUMOS
Comissão Organizadora
Francisco Mayron Morais Soares
Luciana de Moura Ferreira
Comissão Científica
Bruna Aparecida Melo Batista
Francisco Wesley Souza
Glícia Mesquista Martiniano Mendonça
Kirley Kethellen Batista Mesquita
Maria Laís dos Santos Leite
Maria Sinara Farias
Márcio Silva Gondim
Paulo Cesar Teles Correia Junior
Rafael Pereira
Rebeca Chaves Cruz
Samylle Barbosa Veras Ferro