Introdução: Atualmente os chamados “problemas de aprendizagem” compõem boa parte das demandas em saúde mental infanto-juvenil nos serviços de saúde. Percebe-se que comumente a queixa escolar, seja originada da escola ou da família, é carregada por estigmas patologizantes ao apontar que o discente está “necessitando de um especialista” ou “com problemas psicológicos” por não conseguir alcançar um padrão de rendimento ou se comportar de maneira diferente do esperado pelas instituições educacionais. Nesse sentido, muitas vezes o primeiro encaminhamento diante das dificuldades no processo de ensino aprendizagem é a busca pelo diagnóstico médico, sem haver intervenções e estímulos de outros profissionais, ou até mesmo ter conhecimento da vida do discente em seus diversos ambientes. Ou seja, muitas características individuais, hoje se tornam transtornos, por haver uma supervalorização dos diagnósticos nos contextos educacionais. Objetivo: Discutir a perspectiva escolar a partir do conceito de normal e patológico no processo de ensino aprendizagem. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, com dados coletados nas plataformas on-line: Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) e o Portal Regional da BVS, junto a debates realizados em sala de aula da disciplina de Psicologia da Educação II. Resultados: A expressão saúde mental é entendida como aquela que idealiza um conjunto de políticas no intuito de desempenhar de melhor maneira três funções: tratar, prevenir e controlar transtorno. Tais funções são melhores trabalhadas com a investigação da queixa, tornando possível o cuidado em relação aos extremos de normal e patológico. Ignorar as dificuldades dos discentes frente ao aprendizado e estabelecer atividades que não admitem falhas em seu processo, são ações prejudiciais ao processo de ensino aprendizagem, considerando que seu progresso é constituído por erros. É importante que o corpo docente atue junto ao psicólogo escolar, possibilitando estabelecer um contexto referente à promoção de saúde mental considerando os fatores institucionais que podem estar comprometendo o trabalho docente e a aprendizagem do aluno. Através dessa parceria, é possível investigar as causas relacionadas, o que pode estar interferindo e assim, intervir de forma contextualizada frente a essas dificuldades. Relacionando o desenvolvimento da aprendizagem com fatores que influenciam diretamente na saúde mental, pesquisas mostram a importância de as instituições trabalharem com questões preventivas, que estimulem as potencialidades e o manejo frente aos transtornos e dificuldades. Assim, apresentando a importância da implementação de metodologias que possam garantir o desempenho do aluno e a participação familiar nesse processo, tendo em vista que o ensino-aprendizagem se consiste em uma construção de núcleo escolar, social e familiar. Conclusão: Dessa maneira, é importante refletir quais princípios são empregados pelos familiares e corpo docente em relação ao seu filho/discente, diante de seus processos dentro da escola. Considerando que a educação não deve ser de responsabilidade de apenas um âmbito em que o estudante está inserido, tornando possível a apropriação e exploração das dificuldades. Sendo, portanto, relevante pensar questões de aprendizagem fora dos conceitos de normalidade e doença.
DA ELABORAÇÃO, SUBMISSÃO. E APRESENTAÇÃO ORAL DOS RESUMOS
Comissão Organizadora
Francisco Mayron Morais Soares
Luciana de Moura Ferreira
Comissão Científica
Bruna Aparecida Melo Batista
Francisco Wesley Souza
Glícia Mesquista Martiniano Mendonça
Kirley Kethellen Batista Mesquita
Maria Laís dos Santos Leite
Maria Sinara Farias
Márcio Silva Gondim
Paulo Cesar Teles Correia Junior
Rafael Pereira
Rebeca Chaves Cruz
Samylle Barbosa Veras Ferro