Introdução: Para compreender as dificuldades para participação das mulheres na política partidária é necessário refletir sobre a desigualdade de papeis sociais entre homens e mulheres. Biroli (2018) destaca a divisão sexual do trabalho como ponto crucial para compreender esta problemática articula a reprodução das hierarquias de gênero e as convergências entre gênero, raça, classe e sexualidade e está fundada na dualidade entre o público e o privado. Objetivo: Levantar dados acerca da (sub)representatividade de mulheres em cargos eletivos nos poderes legislativos e executivo no contexto brasileiro. Metodologia: O estudo de caráter descritivo e exploratório realizado combina resultados de pesquisa narrativa, pesquisa documental e dados obtidos por meio de uma revisão integrativa da literatura na Biblioteca no Portal de Periódicos CAPES/MEC. Resultados: 52,5% do eleitorado brasileiro é formado por mulheres, já o número de candidatas e mulheres eleitas é desproporcional ao de politicamente ativas – aptas a votar e a serem votadas – no País (TSE, 2018). Nas eleições municipais de 2016, apenas 31,89% dos brasileiros que se candidataram eram mulheres. Mesmo depois da promulgação da Lei nº 9.504/1997 em que se estabelece um mínimo de 30% e máximo de 70% para candidaturas de cada sexo nas eleições, há registro de diversas eleições sem alcançar o mínimo previsto na referida lei e 10 anos após sua criação o número de mulheres candidatas foi pouco maior que o mínimo exigido. Em um estudo feito pela Procuradoria Especial da Mulher no Senado Federal (2016), avaliando-se a vitória de mulheres em cargos eletivos dos estados brasileiros e do Distrito Federal, considerando os resultados das urnas de 2016, para as eleições locais, as de 2014 para os cargos estaduais e federais, ou seja, prefeitas, vereadoras, deputadas estaduais, deputadas federais, governadoras e senadoras se produziu um ranking da participação feminina na política no país. O Estado do Rio Grande do Norte lidera a lista com 21,54% de mulheres eleitas, o Ceará ocupa a 5ª colocação com 16,05%, o Piauí a 6ª com 16,05%. Os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, últimos colocados no ranking tem menos de 10% de mulheres ocupando cargos eletivos. Conclusão: Os dados obtidos corroboram a hipótese que mesmo diante de avanços nas conquistas de postos de trabalho pelas mulheres nas últimas décadas, ainda há espaços sociais, como a política partidária, em que é patente a desigualdade de participação e representatividade entre homens e mulheres. Ressaltamos ainda a pouca quantidade de estudos que fazem análises acerca da temática que se mantem atual e que obtém relevância crescente no contexto brasileiro na última década, dado o avanço do conservadorismo e de pautas que buscam deslegitimar as lutas de progressistas, em especial, acerca das discussões de gênero, reações que procuram revitalizar as resiliências, retomar e aprofundar o controle e a regulação sobre as mulheres, sobre seu corpo, e limitar subjetividades em transformação.
DA ELABORAÇÃO, SUBMISSÃO. E APRESENTAÇÃO ORAL DOS RESUMOS
Comissão Organizadora
Francisco Mayron Morais Soares
Luciana de Moura Ferreira
Comissão Científica
Bruna Aparecida Melo Batista
Francisco Wesley Souza
Glícia Mesquista Martiniano Mendonça
Kirley Kethellen Batista Mesquita
Maria Laís dos Santos Leite
Maria Sinara Farias
Márcio Silva Gondim
Paulo Cesar Teles Correia Junior
Rafael Pereira
Rebeca Chaves Cruz
Samylle Barbosa Veras Ferro