Semântica racial na cultura intelectual contemporânea: histórias e críticas.

  • Autor
  • THIAGO LENINE TITO TOLENTINO
  • Resumo
  • Este trabalho visa realizar a crítica de um conceito que, ao menos desde a publicação da obra de Cida Bento, "O pacto da Branquitude" (2022), vem ganhando bastante visibilidade nos debates públicos acerca das questões raciais no Brasil e em outros países, apesar de o termo já ter sido utilizado por outros autores anteriormente sem, porém, ter sido objeto de maiores esforços teóricos em torno dele. De fato, desde então, encontramos várias obras, eventos e produções que estampam o termo em seus títulos, conformando, ao que parece, um campo de pesquisas que delinearia tendências de análises, perspectivas, reflexões, sínteses e juízos convergentes sob a tutela da "branquitude". De fato, sendo objeto desde abordagens que se desdobram em torno das práticas e políticas empresariais nas definições de seus parâmetros de contratação, distribuição de gratificações e construção de identidade de negócios, como é o caso do livro de Bento, até textos que tratam do ensino infantil, da música rap e educação, das interpretações do Brasil, da psicologia social, das relações entre racismo e antirracismo no Brasil dentre outras temáticas, o conceito de "branquitude" parece ter ganhado foros de onipresença e de chave de entendimento geral da realidade racial brasileira e internacional. Para além da bibliografia mais ou menos especializada, a branquitude-palavra povoa as redes sociais, os textos virtuais, blogs, vídeos informativos, podcasts, debates e comentários dos suportes virtuais contemporâneos. Não há dúvida, portanto, que a branquitude-conceito-campo-perspectiva-palavra faz sucesso. O alcance público meteórico de tal vocabulário merece uma apreciação da historiografia e da teoria da história a fim de se compreender os domínios conquistados por tal dispositivo discursivo numa sociedade eminentemente racista. Pretendemos, assim, através de uma abordagem historiográfica que associe história dos conceitos, história intelectual, história social, política, cultural e história do pós-abolição no Brasil, abordar tal conceito em perspectiva crítica e relacional e verificar quais são as implicações políticas, culturais e epistemológicas do discurso instituinte da "branquitude" como viés privilegiado das abordagens sobre as questões raciais brasileiras.
     
  • Palavras-chave
  • Branquitude; Cultura Intelectual; Negritude
  • Área Temática
  • GT9 - Pensamento Social Brasileiro e Historiografia: problemas, aproximações, possibilidades
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O 4º Seminário de Pensamento Social Brasileiro: intelectuais, cultura e democracia, organizado pelo NETSIB-UFES, será realizado entre os dias 2 e 6 de junho de 2025, no formato híbrido. A programação presencial será realizada nas dependências do CCHN-Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo, enquanto a programação virtual será transmitida pelas páginas oficiais do evento no YouTube e pela DoityPlay. Nesta edição contaremos com Conferência de Abertura, Grupos de Trabalho (modalidade virtual) e Conferência de Encerramento. Esperamos retomar o diálogo proposto nas edições anteriores do evento (1º SPSB2º SPSB e 3ºSPSB) que resultaram na publicação de livros oriundos das áreas temáticas presentes anteriormente (Coleção Pensamento Social Brasileiro-Volume 1 Volume 2 Volume 3 Volume 4), publicarmos novos livros oriundos desta edição do evento e que novas conexões possam ser criadas. Com esses sentimentos de alegria e reencontro, lhes desejamos boas-vindas!

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