Introdução: A cicatriz hipertrófica provoca alterações funcionais e estéticas e é comum entre sobreviventes de queimaduras. No entanto, tratar esse tecido cicatricial continua sendo um desafio na prática clínica. Este estudo buscou avaliar a eficácia da terapia manual, do uso de fita (tape) e sua combinação na melhoria das cicatrizes hipertróficas.
Método: Ensaio controlado aleatorizado de 80 cicatrizes em quatro grupos: controle, terapia manual, fita e terapia manual com fita. Incluímos indivíduos maiores de 18 anos, com pelo menos 4 cicatrizes hipertróficas com mais de 2 anos e 1 centímetro de comprimento. Excluímos aqueles usando corticoesteróides, com doenças que prejudicam a cicatrização, diabetes, quelóides, dermatites e falta de disponibilidade.
Resultados: Usando a Vancouver Scar Scale (VSS) e a Patient and Observer Scar Assessment Scale (POSAS), avaliamos coloração, relevo, dimensão, flexibilidade, dor e percepção. Registramos fotos e realizamos biópsias para medir colágeno. O grupo de terapia manual envolveu mobilização da pele e tecido subcutâneo. O grupo de fita usou fita elástica com alongamento máximo. O grupo combinado recebeu ambas as terapias, enquanto o grupo controle teve cuidados domiciliares.
Analisamos dados usando testes estatísticos. O grupo de terapia manual mostrou melhorias significativas em cor, espessura, relevo e pontuação total da escala POSAS. O grupo de fita apresentou menos colágeno na derme superficial. O grupo de terapia manual com fita também reduziu colágeno em comparação com o controle e o grupo de terapia manual isolada.
Conclusão: A terapia manual reduziu pigmentação, espessura, relevo e pontuação total da escala POSAS, enquanto o uso de fita diminuiu o colágeno na derme superficial. No entanto, a combinação das terapias não trouxe benefícios adicionais. Esses resultados contribuem para abordagens futuras no tratamento de cicatrizes hipertróficas.
Descritores: Cicatriz hipertrófica, queimaduras, terapia manual, fisioterapia, fita atlética.
Comitê n° 3067262 e 30107414.