Introdução: O endolaser para procedimentos minimamente invasivos tem se destacado no tratamento da flacidez facial, entretanto oferece riscos à integridade nervosa, sendo importante seu estudo e relatos de intercorrências. Objetivo: Relatar intercorrência de neuropraxia do ramo marginal mandibular do nervo facial após aplicação do endolaser. Tipo de Estudo: Relato de caso. Metodologia: Voluntária do sexo feminino, 48 anos. Realizou uma sessão de endolaser (Delight®, 1470nm, 4W de potência, modo pulsado, 10Hz, 80%, fibra de 400µm) em região de terço médio da face (área de 49cm2 cada lado), com energia total depositada de 697J do lado D e 678J do lado E. A temperatura inicial medida com termômetro de infra-vermelho foi de 30oC e não ultrapassou 35oC durante o procedimento. Estudo registrado na Plataforma Brasil CAAE: 74453723.8.0000.5154/ Parecer CEP: 6.332.806. Resultados: A voluntária apresentou no dia seguinte um desvio da rima bucal pra a E e fraqueza do risório e depressor do ângulo da boca D, foi tratada com predinisolona 60mg (2cp 3 dias), 20mg (2cp 3 dias), 10mg (2cp 3 dias) e benfotiamina 150mg (3cp 3 dias mais 2cp nos 3 dias seguintes e 1cp por 15 dias), após 30 dias fez uso de Etna (2cp ao dia por 20 dias). A paciente realizou laser vermelho (4J) e eletroestimulação. Aos 60 dias não apresentou mais desvio da rima bucal, apenas queixa de fraqueza para eversão do lábio inferior. Esta voluntária possuía fios de PDO e bioestimulador que podem ter contribuído para a retenção e elevação da temperatura local. Conclusão: O endolaser de 1470nm pela afinidade com a água tem grandes chances de intercorrências e deve ser indicado com critérios, sugerimos mais estudos com voluntárias que possuam fios de PDO e bioestimuladores para verificar se realmente o risco nestas pessoas é maior e, portanto, a dose depositada deveria ser menor.