Este estudo está sendo desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Ambiente e Sustentabilidade, na UERGS em São Francisco de Paula/RS. No Brasil, foram registrados mais de 700 abalos sísmicos/terremotos nos últimos dois anos, mesmo considerando a posição geográfica intraplaca do país, distante dos limites da placa tectônica sul-americana. No sul do Brasil, a atividade sísmica é registrada no Planalto Meridional, inclusive relatada pela população local em SC e RS, região alvo do Projeto TUPAN: “Evolução tectono-sedimentar Cretáceo-Quaternária na porção meridional da Bacia do Paraná, sul do Brasil: o papel da tectônica sobre a paisagem atual” (FAPERGS), desenvolvido no Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos (GANECO), e busca hipóteses para gênese destes abalos e risco sísmico ambiental regional associado. Considerando que os efeitos tectônicos se expressam primeiramente no relevo, este trabalho objetiva mapear e caracterizar anomalias morfotectônicas nas unidades geológicas Formação Tupanciretã (Cenozóico), e Formação Serra Geral de origem ígnea (Mesozoico), a partir de sensoriamento remoto. Os procedimentos metodológicos abrangem: i) organização do banco de dados em Sistema de Informações Geográficas (SIG) SPRING-5.5.3 compondo imagens do satélite Landsat-8, GeoEye/Google-Earth-Pro e modelo digital de elevação (MDE) ALOS-2/World-3D-30m (AW3D30); ii) processamento digital das imagens e MDE; iii) interpretação visual e definição/caracterização das anomalias de drenagem. Os resultados preliminares envolvem a identificação/mapeamento de anomalias de drenagem, que traduzem a adaptação dos cursos d’água às mudanças de declividade ou orientação do relevo decorrente de falhas/fraturas geológicas, como: retilinearidade, meandros comprimidos e quebras abruptas dos canais em 90°, sobre as duas unidades geológicas. As anomalias detectadas apontam possível efeito tectônico na região, ou seja, os eventos que deformaram o substrato são posteriores ao momento de separação dos continentes sul-americano e africano. A densidade de anomalias revela as áreas possivelmente mais afetadas pelas deformações do terreno.
Comissão Organizadora
SIEPEX-UERGS
Adriana Leal Abreu
Diego dos Santos Chaves
Fabiano Perin Gasparin
Alexandro Cagliari
Carla Gonçalves Dellagnese
Viviane Maciel Machado Maurente
Andréa Miranda Teixeira
Celso Maciel da Costa
Comissão Científica