INTRODUÇÃO: A gestação é considerada um fenômeno fisiológico que decorre sem intercorrências, contudo, uma pequena parcela de gestantes podem desenvolver problemas secundários a uma patologia, aumentando a probabilidade de a gravidez evoluir de forma desfavorável. Os indicadores de mortalidade materna e infantil refletem a qualidade da assistência à saúde de mulheres e crianças e, em 2015 foi estabelecido metas globais visando a diminuição desses indicadores até 2030¹. Apesar da redução discreta nas taxas de óbito materno no Brasil, o país apresentava, em 2020, uma razão de morte materna em torno de 55 mortes por 100 mil nascidos vivos.² um valor bem superior aos parâmetros de 20 mortes por 100 mil NV recomendados pela OMS.¹ Essa ineficácia no controle de casos de mortes maternas atingiu seu apogeu durante a pandemia de COVID-19, uma infecção respiratória aguda de elevada transmissibilidade e potencialmente grave causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, na qual o índice de óbitos entre gestantes atingiu níveis extraordinariamente elevados². OBJETIVO: Analisar dados percentuais de óbitos maternos causados pela infecção por SARS-CoV-2 no Brasil. METODOLOGIA: O estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, com abordagem quantitativa, onde foram analisado 9 artigos, nos quais, 5 foram considerados elegíveis a esse estudo, tendo sido obtidos nas plataformas: Scielo, Pubmed e BVS; os critérios de inclusão utilizados foram: os descritores “Mortalidade Materna”, “COVID-19” e "Complicações na gravidez",e os artigos dos anos 2020 a 2022, nos idiomas portugues, inglês ou espanhol; e como critérios de exclusão: artigos não disponíveis na íntegra. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em outubro de 2021 foram contabilizados, aproximadamente, 325.344 infecções por SARS CoV-2 entre gestantes no continente americano desde o início da pandemia, nas quais, 3.237 vieram a óbito, correspondendo a uma taxa de letalidade de 1,0%³. Entre os anos de 2020 e 2021 foram registrados cerca de 1.204 óbitos maternos relacionados a COVID-19 no Brasil, resultando em uma taxa de letalidade média de 7,2% nessa população.² Pelo alto índice de letalidade, o país apareceu em primeiro lugar na tabela referente ao número de mortes entre grávidas com COVID-19 publicada pela Organização Panamericana de Saúde (OPS), estudo no qual se compararam, em 31 países do continente americano, as seguintes variáveis: o número de gestantes positivas para SARS CoV-2, número de óbitos entre esse grupo e o índice de fatalidade em porcentagem.³ Segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), dos 1.031 óbitos maternos registrados até maio de 2021, 680 foram notificados entre gestantes e 351 entre puérperas,? sendo que 56,2% dos casos ocorreram entre mulheres pretas e pardas e a maior parte durante o segundo e terceiro trimestres de gestação.² Acerca da assistência prestada às mulheres grávidas que foram diagnosticadas com COVI-19, de 929 gestantes ou puérperas que foram a óbito no Brasil, 209 (22,5%) não tiveram acesso a unidade de terapia intensiva; e de 917 mortes maternas por coronavírus, um total de 307 (33,5%) não receberam suporte ventilatório invasivo.? CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Nesse sentido, a investigação acerca dos óbitos maternos, oriundos da COVID-19, auxilia na caracterização dos perfis das gestantes e puérperas vítimas deste vírus, identificando os grupos de maior risco, as regiões com os maiores índices de mortalidade e revela um panorama da qualidade do serviço ofertado, além de fornecer embasamento para a reformulação dos protocolos de cuidados prestados pela equipe de enfermagem à essa população, fazendo-se necessário o estudo contínuo e cada vez mais atualizado desta patologia que apresenta importante significado para o desfecho materno e neonatal.
¹ Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Nota técnica para organização da rede de atenção à saúde com foco na atenção primária à saúde e na atenção ambulatorial especializada: saúde da mulher na gestação, parto e puerpério. Ministério da Saúde (BR), Einstein (São Paulo). 2019. [56 p].
² Fundação Oswaldo Cruz. Boletim do Observatório Covid-19. Rev Electron Comun Inf Inov Saude. [Rio de Janeiro].
³ Organização Pan Americana da Saúde (OPAS). Atualização epidemiológica: doença de coronavírus (COVID-19). OPAS/OMS. 2021 Oct 30 [citado em: 22 Mar 2022.]:1-31. Disponível em; http://www.paho.org/.
? Francisco Rossana Pulcineli Vieira, Lacerda Lucas, Rodrigues Agatha S. Observatório Obstétrico BRASIL - COVID-19: 1031 mortes maternas por COVID-19 e o acesso desigual aos serviços de saúde. Rev Clínicas. 2021 May 19 citado em 2022 Mai 14] DOI https://doi.org/10.6061/clinics/2021/e3120. Disponível em: https://www.sciencedirect.com
A Programação da 83ª Semana Brasileira de Enfermagem (SBEn) com o tema central A Enfermagem no contexto pandêmico pela COVID-19: que lições aprendemos?
A ABEn reafirma a importância da reflexão sobre o impacto da pandemia na sociedade brasileira e mundial e congrega esforços para propor uma reflexão profunda sobre o contexto atual e o futuro dos distintos cenários de atuação da Enfermagem.
A importância do trabalho da Enfermagem no enfretamento da pandemia da Covid-19 foi (e é) incontestável. Os desafios impostos durante todo o período pandêmico trouxeram à vista da sociedade brasileira as condições da profissão. Vivenciamos modificações nas formas de ensinar, gerenciar, pesquisar, cuidar e participar de movimentos políticos, associativos e sociais. Tais modificações devem ser debatidas, em especial, as respostas que construímos para os desafios e como poderemos, a partir das lições aprendidas, avançar para melhoria das condições da profissão no cenário da saúde. A pandemia da Covid-19 evidenciou que a Enfermagem enfrenta e enfrentará um contexto pós-pandêmico de grande complexidade e que é necessário nos preparar, refletindo sobre temas que emergiram ou que foram agravados, como: os processos comunicacionais, o acesso, a saúde mental, o enfrentamento de vulnerabilidades, as ações de promoção de saúde, os processos de trabalho, entre outros. O tema da 83ª SBEn foi desenvolvido a partir dos seguintes eixos aglutinadores de debates, mobilizações e participação de profissionais e estudantes de enfermagem:
EIXO 1- Modificações impactantes para a Enfermagem diante do contexto
pandêmico.
EIXO 2- Como a Enfermagem enfrentará o contexto pós-pandêmico?
Neste ano, os textos de apoio foram elaborados por associados da ABEn, representantes dos distintos departamentos e comissões, de modo a contribuir com a construção coletiva do debate.” (1)
A ABEn seção Pará realiza pela 3° vez a SEBEn com publicações de trabalhos científicos em anais. a edição contou com trabalhos submetidos nos dois eixos temáticos, os quais refletiram as lições aprendidas pela enfermagem no âmbito do ensino, assistência, gestão e prevenção da covid-19.
A reflexão teórica retroalimenta a prática, deixando como legado as lições aprendidas para norteiam o processo de trabalho da enfermagem em suas distintas dimensões.
1. Brasileira Enfermagem A DE, Acioli de Oliveira S, Regina Cubas M, Geral Sonia Maria Alves S, Vieira Cavalcante Carvalho I, Aparecida Barbosa D, et al. A ENFERMAGEM NO CONTEXTO PANDÊMICO PELA COVID-19: QUE LIÇÕES APRENDEMOS? CADERNO DE DICAS SUMÁRIO 83 a SEMANA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM Lenilma Bento de Araújo Menezes.
DISPONÍVEL NO LINK: https://doity.com.br/83sbenabenpa2022/artigos
Comissão Organizadora
ABEn Pará
WILLIAM DIAS BORGES
Comissão Científica
EUDES JOSÉ BRAGA JUNIOR
LARISSA JHENIFER COSTA TAVARES
VALÉRIA PINTO RODRIGUES
abensecaopara@gmail.com
LINK DOS ANAIS DO I COPENF/ 80ª SBEn / I SEAPS) - ABEn PA:
https://doity.com.br/anais/icopenfabenpa
______________________________________________________________
LINK DOS ANAIS 82ª SBEn ABEn PA: