INFORMATIVO ABRAÇO NO AR: UMA ANÁLISE DA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA COMUNICATIVA DO MOVIMENTO DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS NO BRASIL

  • Autor
  • Rozinaldo Antonio Miani
  • Resumo
  •  

    Uma das mais importantes iniciativas organizativas do movimento de rádios comunitárias no Brasil, certamente, foi a criação da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço). Fundada em agosto de 1996 e tendo como eixo norteador a democratização da comunicação, a Abraço foi decisiva no processo de organização política do movimento das rádios comunitárias, bem como na luta pela sua regulamentação e que resultou, dentre outros desdobramentos, na instituição da Lei 9.612 de 18 de fevereiro de 1998 que trata da Radiodifusão Comunitária (BRASIL, 1998).

    A luta pela democratização da comunicação no Brasil ganhou fôlego a partir da Constituição Federal de 1988, principalmente, com o surgimento do Comitê pela Democratização da Comunicação e, posteriormente, em junho de 1991, com a criação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) (SOUZA, 1996). O desdobramento da luta pela democratização da comunicação, especificamente, em relação às rádios comunitárias, resultou na criação da Abraço (KUHN, 2013).

    Desde então, o movimento das rádios comunitárias ganhou vitalidade, principalmente, pela articulação política dos militantes e ativistas de rádio comunitária, bem como pela expansão de experiências radiofônicas populares e comunitárias, em especial, aquelas consideradas “autênticas” (LAHNI, 2013).

    Dentre as resoluções do Encontro de fundação da Abraço, uma das propostas foi a criação de um informativo nacional da entidade. Nesse sentido, em janeiro de 1997, passou a ser produzido o informativo impresso Abraço no Ar. Desde então, e pelos três anos seguintes, a Abraço produziu o referido informativo com o propósito de contribuir com as ações voltadas para a consolidação do processo organizativo do movimento nos estados, bem como oferecer formação e informação aos militantes e ativistas das rádios comunitárias.

    Com o desenvolvimento tecnológico e a emergência de novas possibilidades comunicativas a Abraço, nesse campo, passou a atuar por meio de outras formas de comunicação. Porém, apesar de a Abraço não ter atualmente uma publicação oficial impressa, a experiência do informativo Abraço no Ar é parte da história comunicativa do movimento de rádios comunitárias e conhecer tal experiência é fundamental para produzir uma memória política da Abraço.

    Nesse sentido, a partir de uma análise de conteúdo (BARDIN, 2011) das edições do informativo Abraço no Ar, publicadas entre janeiro/1997 e outubro/1999, temos como principal objetivo identificar e analisar os principais temas e enfoques desenvolvidos pela Abraço em sua publicação oficial à época.

    Uma análise preliminar aponta para uma preocupação voltada para aspectos políticos, jurídicos e técnicos da atuação das rádios comunitárias. Será preciso considerar que, pelo menos, durante o primeiro ano de existência do informativo, ainda não havia uma legislação que garantia a legalidade da atuação das rádios comunitárias; portanto, o debate da questão jurídica tende a ter uma presença significativa durante esse período. Por sua vez, a bandeira de luta pela democratização da comunicação ganhou força durante a década de 1990 e esse debate também esteve presente nas páginas do Abraço no Ar.

  • Palavras-chave
  • Comunicação popular, Informativo Abraço no Ar, Abraço, rádio comunitária.
  • Área Temática
  • GT2 – Comunicação popular, alternativa e comunitária
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  • GT1 – Políticas de comunicação
  • GT2 – Comunicação popular, alternativa e comunitária
  • GT3 – Indústrias midiáticas
  • GT4 – Políticas culturais e economia política da cultura
  • GT5 – Economia Política do Jornalismo
  • GT6 – Teoria e Epistemologia da Economia Política da Comunicação
  • GT7- Estudos Críticos em Ciência da Informação
  • GT8 – Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
  • Jornada de Graduandos

Comissão Organizadora

Anderson Santos, Manoel Dourado Bastos, Fernando de Oliveira e Julliana Barra

Comissão Científica

Murilo César Ramos (UnB)

Rozinaldo Miani (UEL)

Jonas Valente (LaPCom/UnB)

Verlane Aragão Santos (PPGCOM-UFS)

Juliana Teixeira (UFPI)

César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)

Marco Schneider (PPGCI-IBICT/UFRJ e PPGMC-UFF)

Ivonete da Silva Lopes (UFV)