MODELOS DE NEGÓCIOS DAS AGÊNCIAS DE FACT-CHECKING LUPA E AOS FATOS: A TERCERIZAÇÃO DA CREDIBILIDADE JORNALÍSTICA

  • Autor
  • Marta Alencar
  • Resumo
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    Diante da terceirização da credibilidade jornalística por agências de checagem, empresas de jornalismo estão investindo no fact-checking (checagem de fatos) como modelo de negócio. E lucrando com doações do público, financiamento de plataformas digitais, como o Facebook e o Google, além de outras atividades rentáveis. Costa (2019) aponta que a crise acentuada com a perda de credibilidade das empresas de jornalismo favoreceu o surgimento das agências de fact-checking no mercado mundial.

    Desde seu lançamento na década de 90, o fact-checking vem operando como uma vertente híbrida do jornalismo, que mescla práticas antigas e novas de apuração (GRAVES, 2013). A prática vem se espalhando pelo mundo com maior notoriedade a partir de 2014. Atualmente, 226 iniciativas de verificação de fatos estão ativas em 73 países (STENCEL & LUTHER, 2019).

    A ascensão de agências de fact-checking no mundo é vista por Palacios (2019) como um movimento de abertura de novas inserções profissionais para os jornalistas e de garantia da sua credibilidade. Enquanto Franciscato (2016) e Ureta (2016) observam que os novos modelos de jornalismo vêm surgindo nas redes digitais e apontando novas possibilidades da produção jornalística, desde os processos de apuração até a comercialização. 

     

     

     

     

    No Brasil, existem várias iniciativas de checagem. Entre elas, a Lupa e aos Fatos são as mais reconhecidas no mercado e representam os 73 signatários ativos no mundo, que cumprem os princípios de uma rede internacional (o International Factchecking Network - IFCN, do Poynter Institute), que os orienta através de várias diretrizes e selos de classificação para verificação de dados e informações.

    Além disso, as agências precisam cumprir cinco requisitos dessa rede:  apartidarismo e imparcialidade, transparência das fontes, transparência do financiamento e organização, transparência da metodologia e política de correções aberta e honesta. Apesar disso, elas possuem algumas diferenças quanto aos métodos de apuração e formas de financiamento.

    Buscando comprender melhor o fenômeno de fact-checking, este estudo se baseia no conceito de mercantilização de Mosco (2016). E aborda os modelos de jornalismo consolidados no passado e que hoje estão sujeitos a processos de mudanças na internet. 

    Para tanto, a pesquisa consiste em um estudo comparativo (SCHNEIDER & SCHIMITT, 1998) com o objetivo de verificar as semelhanças e diferenças entre os modelos de negócios de fact-checking no Brasil, Lupa e Aos Fatos, tendo como base teórica a Economia Política da Comunicação (EPC) e a Economia Política do Jornalismo (EPJ). 

    Este estudo é fundamental diante do cenário de reconfiguração dos modelos de negócios para o jornalismo brasileiro já que o fact-checking vem se fortalecendo como uma oportunidade de rentabilização para as agências independentes e para as empresas jornalísticas. 

  • Palavras-chave
  • FACT-CHECKING; MODELOS DE NEGÓCIOS; ECONOMIA POLÍTICA DO JORNALISMO
  • Área Temática
  • GT5 – Economia Política do Jornalismo
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A Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) realiza seu oitavo encontro excepcionalmente na modalidade virtual de 12 a 23 de outubro. O evento prioriza as atividades dos Grupos Temáticos, cada qual com uma mesa e cujas atividades ocorrem em horários diferentes. Os debates são sobre as transformações no sistema capitalista e seus impactos nos campos da informação, da comunicação e das mídias, da cultura e da produção cultural.

O 8º Encontro da Ulepicc-Brasil tem o apoio da Universidade  Estadual de Santa Cruz (UESC) e os anais do evento aqui representados trazem os resumos expandidos aprovados para 8 Grupos Temáticos e para a Jornada de Graduandas/os.  Os Anais do 8º Encontro da Ulepicc-Brasil têm o ISBN 978-65-88480-02-1.

  • GT1 – Políticas de comunicação
  • GT2 – Comunicação popular, alternativa e comunitária
  • GT3 – Indústrias midiáticas
  • GT4 – Políticas culturais e economia política da cultura
  • GT5 – Economia Política do Jornalismo
  • GT6 – Teoria e Epistemologia da Economia Política da Comunicação
  • GT7- Estudos Críticos em Ciência da Informação
  • GT8 – Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
  • Jornada de Graduandos

Comissão Organizadora

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Jonas Valente (LaPCom/UnB)

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