Realizada ao longo de 2009, uma das principais contribuições da I Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM) foi a participação diversificada de grupos considerados minorias, que passaram a entender a comunicação como direito e não somente como um processo instrumental de troca de informações. Partindo desta premissa, esses grupos distintos mobilizaram suas agendas e contribuíram de alguma maneira para o debate. Dentre esses grupos podemos ressaltar o movimento de mulheres, que obteve pelo menos 10 representantes ativas em cada Estado, por vezes, mais de um no mesmo.
De espaços organizativos como a rede de articulação Mulher e Mídia, do Estado de São Paulo, surgiram propostas diversas sobre temas levados às plenárias estaduais e nacional da CONFECOM, como converge?ncia nas comunicac?o?es, Tv Pública, Produção de conteúdo, O olhar das mulheres sobre a conferencia de comunicação e Questa?o sobre concesso?es de ra?dio e TV para instituic?o?es religiosas (sendo este último na?o consensual). Também foram realizadas as publicações "Fazendo Lobby”, um guia para a participação de delegadas/os no processo de negociação e incidência na 1º CONFECOM e a Plataforma das Mulheres para a 1ª Conferência de Comunicação, um documento no qual se enfatizam as contribuições do direito à comunicação para as mulheres e no qual sintetizam suas expectativas em relação ao debate, tal como no seguinte trecho: "por muito tempo, os movimentos de mulheres organizadas vêm discutindo o direito à comunicação, a necessidade de democratização da mídia e a imagens da mulher que são publicadas, que alimentam e reproduzem estereótipos e preconceitos. Temos questionado a seletiva invisibilidade de mulheres negras, indígenas e lésbicas, mas também nossas demandas sociais e políticas, assim como nossa pluralidade. Como resultado da ausência de democracia na mídia, há um monopólio da indústria de comunicação que cresce, cujo principal efeito é a disseminação de nossos corpos e vidas como produtos comerciais, e também a reprodução da violência contra a mulher". (Associação Mulheres pela Paz, 2010)
Das mais de 25 propostas aprovadas na CONFECOM que contemplam mulheres ou contém a palavra na proposta, boa parte apresenta termos voltados para a diversidade e a pluralidade, referência importante para a luta política por um sistema mais democrático de comunicação. A proposta da pesquisa visa compreender a importância da CONFECOM para a organização das mulheres e sua ainda atual vitalidade como mecanismo de cogestão. Se apóia em levantamento bibliográfico, relacionado às políticas de comunicação, ao processo de construção da conferência e de organização do movimento de mulheres, além de levantamento documental relacionado à organização e a participação dos distintos grupos na formulação de propostas que foram apresentadas e aprovadas pela ocasião da CONFECOM, bem como seus desdobramentos em relação a atuação dos movimentos de mulheres atualmente.
Este resumo é parte integrante do projeto "A contribuição da Conferência Nacional de Comunicação para a construção de políticas para o setor”, sob coordenação do Prof. Adilson Cabral.
A Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) realiza seu oitavo encontro excepcionalmente na modalidade virtual de 12 a 23 de outubro. O evento prioriza as atividades dos Grupos Temáticos, cada qual com uma mesa e cujas atividades ocorrem em horários diferentes. Os debates são sobre as transformações no sistema capitalista e seus impactos nos campos da informação, da comunicação e das mídias, da cultura e da produção cultural.
O 8º Encontro da Ulepicc-Brasil tem o apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e os anais do evento aqui representados trazem os resumos expandidos aprovados para 8 Grupos Temáticos e para a Jornada de Graduandas/os. Os Anais do 8º Encontro da Ulepicc-Brasil têm o ISBN 978-65-88480-02-1.
Comissão Organizadora
Anderson Santos, Manoel Dourado Bastos, Fernando de Oliveira e Julliana Barra
Comissão Científica
Murilo César Ramos (UnB)
Rozinaldo Miani (UEL)
Jonas Valente (LaPCom/UnB)
Verlane Aragão Santos (PPGCOM-UFS)
Juliana Teixeira (UFPI)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Marco Schneider (PPGCI-IBICT/UFRJ e PPGMC-UFF)
Ivonete da Silva Lopes (UFV)