DA RIO 92 À RIO +10: A COBERTURA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

  • Autor
  • Juliana Holanda
  • Co-autores
  • Luciana Miranda , Pietari Kääpä
  • Resumo
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    O jornalismo ambiental é uma área chave na mídia contemporânea, uma vez que lida com alguns dos mais importantes problemas de longo prazo enfrentados pelo mundo hoje e desafiando a existência humana (BUENO, 2007; HANSEN, 2019; HOLANDA, 2010; JOHN, 2001). A contínua e extensa cobertura da imprensa ambiental dos meios de comunicação em todo o planeta fez assuntos como o esgotamento do ozônio, desflorestamento, perda de biodiversidade, chuva ácida, poluição atmosférica, alterações climáticas, aquecimento global, desenvolvimento sustentável e derretimento do gelo ártico, e transformou-as em preocupações internacionais (BOYKOFF, 2011; COX & PEZZULLO, 2015; GIRARDI et al, 2006; GIRARDI et al, 2012). “À medida que a perspectiva de um apocalipse mais cedo ou mais tarde por um desastre ambiental não intencional veio a parecer sobre o estado e o destino do meio ambiente tomou cada vez mais importância, inicialmente no Ocidente, mas agora em todo o mundo” (BUELL, 2005, p. 4).

     

    Analisando a mídia impressa brasileira, a principal questão que esta pesquisa procura responder é como a Folha de S. Paulo, o principal jornal impresso do país, cobriu aspectos-chave do desenvolvimento sustentável e os ângulos que a cobertura jornalística tomou quando discutia a sustentabilidade. O cronograma incluirá debates gerados durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (Rio 92) e a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002 (Rio +10), e como a cobertura de notícias brasileira evoluiu durante esses dez anos. Assim, os objetivos específicos desta pesquisa serão: investigar quais tópicos e discussões geram cobertura da mídia sobre desenvolvimento sustentável no jornal Folha de S. Paulo; determinar a natureza do debate sobre desenvolvimento sustentável no principal jornal impresso do Brasil; identificar como o conceito de desenvolvimento sustentável evoluiu no Brasil nesse período; identificar as características da cobertura ambiental no jornal Folha de S. Paulo.

     

    A metodologia de análise centra-se na Análise Crítica do Discurso, que inclui o estudo dos meios de comunicação e seus produtos, nomeadamente artigos de jornais. A investigação proposta divide-se em três seções interligadas: textos (escritos ou orais), práticas discursivas (os processos de produção textual) e práticas socioculturais, seguindo a metodologia de Norman Fairclough (1995):

     

    (1) A análise de texto pretende verificar o uso e a recorrência de fontes (especialistas, governo, políticos, relações públicas, empresas, ambientalistas) e identificar as palavras e termos mais utilizados na cobertura da mídia (por exemplo, desenvolvimento sustentável, sustentabilidade, energia verde).

     

    (2) A análise da prática discursiva é o estudo dos processos de produção de textos e consumo de textos. No entanto, o foco desta pesquisa será o exame das organizações de mídia (isto é, infraestrutura e conexões políticas), já que este projeto não inclui estudos de audiência.

     

    (3) O estágio sociocultural mostra os contextos econômicos, políticos e culturais da época em que os textos foram produzidos (ou seja, realidade econômica, debates políticos, aspectos culturais).

     

    Esta análise faz parte de estudo mais amplo que está sendo desenvolvido como pesquisa de doutorado na Universidade de Warwick, Inglaterra, em cotutela com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.

     

  • Palavras-chave
  • Rio 92; Rio +10, desenvolvimento sustentável, Folha de S. Paulo; Análise Crítica do Discurso
  • Área Temática
  • GT5 – Economia Política do Jornalismo
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A Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) realiza seu oitavo encontro excepcionalmente na modalidade virtual de 12 a 23 de outubro. O evento prioriza as atividades dos Grupos Temáticos, cada qual com uma mesa e cujas atividades ocorrem em horários diferentes. Os debates são sobre as transformações no sistema capitalista e seus impactos nos campos da informação, da comunicação e das mídias, da cultura e da produção cultural.

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  • GT2 – Comunicação popular, alternativa e comunitária
  • GT3 – Indústrias midiáticas
  • GT4 – Políticas culturais e economia política da cultura
  • GT5 – Economia Política do Jornalismo
  • GT6 – Teoria e Epistemologia da Economia Política da Comunicação
  • GT7- Estudos Críticos em Ciência da Informação
  • GT8 – Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
  • Jornada de Graduandos

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