Impressão digital, palma da mão, retina ou íris dos olhos e DNA são considerados tipos de informação biométrica. A biometria é o ramo da biologia que estuda e analisa as características físicas e comportamentais dos seres humanos a partir da mensuração estatística dessas informações. A coleta e análise digital de informação biométrica pode ser utilizada tanto para identificar pessoas quanto para prevenir doenças, e está presente em aeroportos, caixas eletrônicos de bancos, portarias de residências e edifícios comerciais, em computadores, smartphones e uma série de outros lugares e objetos.
Atualmente, muitas decisões médicas se baseiam nos cálculos de computadores, que estão em vias de serem capazes de monitorar, em fluxo constante, todos os dados biométricos que podem ser coletados, alimentando com esse big data os algoritmos responsáveis por emitir avaliações do estado de saúde de um indivíduo em tempo real. Há óbvias vantagens trazidas pelas possibilidades de antecipação do diagnóstico: se médicas e médicos são capazes de detectar sintomas de doenças antes que os próprios pacientes sintam dores, a avaliação matemática da contagem de hemácias, glóbulos, plaquetas, hormônios e toda a diversidade de substâncias bioquímicas é ainda mais capaz de prever a aparição desses distúrbios, desde que seus sintomas sejam inseridos na programação da filtragem desse big data do corpo humano.
A preocupação de que outras “partes interessadas” possam ter acesso a tais dados biométricos é o que motiva este trabalho. Basta pensarmos em uma seguradora de saúde que insere em seus contratos de adesão uma cláusula de compartilhamento dessas informações, e no que essa seguradora faria caso pudesse monitorar o tabagismo de suas seguradas e segurados, por exemplo, e usar essa informação como base de cálculo para definir o valor de suas mensalidades.
É evidente que todos esses dados pessoais são muito valiosos para os anunciantes que investem seus ativos de vigilância no Facebook. Não é à toa que a gigante da internet use seu conhecimento tecnológico para monitorar rotineiramente usuários da rede social, usuários desconectados e até não usuários, através do Facebook Business Tools, um conjunto de ferramentas que ajuda proprietários e desenvolvedores de aplicativos, anunciantes, parceiros de negócios e seus clientes a integrar, usar e trocar informações com o Facebook.
A Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) realiza seu oitavo encontro excepcionalmente na modalidade virtual de 12 a 23 de outubro. O evento prioriza as atividades dos Grupos Temáticos, cada qual com uma mesa e cujas atividades ocorrem em horários diferentes. Os debates são sobre as transformações no sistema capitalista e seus impactos nos campos da informação, da comunicação e das mídias, da cultura e da produção cultural.
O 8º Encontro da Ulepicc-Brasil tem o apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e os anais do evento aqui representados trazem os resumos expandidos aprovados para 8 Grupos Temáticos e para a Jornada de Graduandas/os. Os Anais do 8º Encontro da Ulepicc-Brasil têm o ISBN 978-65-88480-02-1.
Comissão Organizadora
Anderson Santos, Manoel Dourado Bastos, Fernando de Oliveira e Julliana Barra
Comissão Científica
Murilo César Ramos (UnB)
Rozinaldo Miani (UEL)
Jonas Valente (LaPCom/UnB)
Verlane Aragão Santos (PPGCOM-UFS)
Juliana Teixeira (UFPI)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Marco Schneider (PPGCI-IBICT/UFRJ e PPGMC-UFF)
Ivonete da Silva Lopes (UFV)