Modices: usando a rede para o ciberfeminismo

Modices: usando a rede para o ciberfeminismo

• Autor
• Bianca Maciente Colvara
• Resumo

• Este artigo é um desdobramento de um Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo/UFJF, em que se investigou como o perfil “Modices” nos sites de redes sociais estabelece uma relação de diálogo e interação com seu público-alvo, através da formação de uma “comunidade virtual” (RHEINGOLD, 1993 apud CASTELLS, 1999, p. 442, RECUERO, 2005).

  O Modices nasceu em meados dos anos 2000, inicialmente como um blog sobre moda e beleza. Acompanhando os avanços da tecnologia e transformações midiáticas, o site cresceu e se espalhou pelas mais diversas mídias. Hoje o Modices tem perfis ativos no Facebook, Instagram, Twitter, Pinterest e Spotify. Recentemente, em novembro de 2019, a idealizadora e produtora de conteúdo do Modices, Carla Lemos, lançou também um livro, o “Use a moda a seu favor” (Editora Galera, 2019). Nele, a blogueira narra a história da moda, ao mesmo tempo em que questiona seus padrões opressores, além de discutir beleza, autoestima e autocuidado feminino.

  A partir deste olhar sobre o Modices, esta pesquisa quer investigar e chegar a conclusões mais objetivas a respeito do uso da internet e dos sites de redes sociais. Aqui conseguimos fazer um recorte em torno da comunidade virtual formado pelo Modices para observar como Carla Lemos usa a comunicação para disseminar ideias, referências, representatividade, pautas sociais e principalmente de gênero, se inserindo no que Miguel e Boix (2013) e Albu (2017) chamam de “ciberfeminismos”. E ainda dentro disso, observar como Carla consegue estabelecer uma relação de diálogo dentro da comunidade, prezando sempre pela interação entre seus membros.

  Para o desenvolvimento deste trabalho, é necessário entender primeiro como a rede social é formada, e compreendê-la como uma grande teia dentro do ciberespaço, onde as relações sociais se desenvolvem a partir de interações, laços e trocas (RECUERO, 2005).

  Para que as trocas funcionem, é necessário que as partes interajam e dialoguem entre si. Por isso também o trabalho avalia como Carla Lemos conversa com seu público, e se atua conforme os preceitos da comunicação dialógica (FIORIN, 2008; RIBEIRO; MARCHIORI, 2008, KENT; TAYLOR, 1998, 2002). 

  Ao final, todos estes fatores vão influenciar na participação do público. Neste momento é necessário questionar: o que os motiva? Seguindo à luz de Shirky (2010), buscam-se causas, motivações e oportunidades. As respostas vêm depois de um estudo de caso, aliado a uma análise de conteúdo. Os perfis do Modices no Twitter, Instagram (incluindo o Stories) e Facebook foram observados durante uma semana (de 09 a 15 de junho). Neste período, foram levantados dados que agora vão ser usados para a reflexão a que este trabalho se propõe. Usando o exemplo do Modices, busca-se avaliar como a internet e os sites de redes sociais podem ser usados para dar voz e espaço a diferentes ideias, especialmente ao ciberfeminismo.

• Palavras-chave
• Redes sociais, comunidades virtuais, ciberfeminismo, Modices, comunicação dialógica, interação
• Área Temática
• GT3 – Indústrias midiáticas

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