O colorismo é um termo criado por Alice Walker em 1982, utilizado para diferenciar as várias tonalidades da pele negra, criando uma hierarquização onde permite a inclusão ou a exclusão na sociedade, estabelecendo o espaço em que cada indivíduo, conforme a sua classificação de cor da pele deve permanecer, abrindo possibilidades para o racismo mais estruturado e o desempoderamento nas relações étnicas e sociais.
Partindo desta explanação, como empoderar a população negra nas relações humanas? Visto que o racismo e colorismo foram recursos usados desde o Brasil colonial para o exercício da dominação e opressão por parte da sociedade em especial a classe alta, para legitimar o trabalho escravo. E nos dias hodiernos o racismo e o colorismo ainda permanece de modo estrutural e velado.
Portanto, objetiva-se com esse trabalho refletir sobre as imagens do colorismo como uma ideologia desempoderadora, presente nas expressões de natureza étnica e social, e que, por estarem entrelaçadas, são amplamente utilizadas para fins de marginalização da população negra.
As raízes dessa ideologia racista advêm da escravidão na América, que passou a associar a cor da pele à condição de escravo, decorrendo dessa visão de mundo, o surgimento de inúmeras imagens associado a inferioridade do negro – por sua condição social – às ideologias teológicas, filosóficas, e por vezes pretensamente científicas associadas à cor da pele, e a traços anatômicos peculiares dos negros, como formato dos olhos, da cabeça e do nariz.
Percebe-se que a sociedade necessita de um esclarecimento sobre identidade e cultura nacional, partindo do contexto histórico onde a colonização se faz presente, e as ideias de racialismo foram implantadas, pretendendo utilizar mecanismos de branquitude e marginalização do povo negro e legitimando a exploração tanto nas relações trabalhistas, quanto nas sociais e de exploração e hipersexualização do corpo negro.
Para Silva (2014, p.269) “O estereótipo estrutura a imagem do sujeito, transforma a sua autoimagem e o seu corpo, tornando este em um ser desajustado na sociedade. As populações atingidas por estereótipos têm na constituição de sua identidade o peso dessas visões”.
É possível ressaltar que o Brasil é um país multicultural onde há etnias, e nessa possibilidade faz-se presente a lei 10.639/2003 que tem como obrigatoriedade o ensino da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, permitindo acesso as culturas, histórias e a auto-identificação.
Entretanto, ainda há uma mentalidade escravocrata que permite hierarquizar, desqualificar as pessoas conforme a cor da pele. Cabe a própria sociedade desconstruir essa ideologia, através das políticas públicas como ferramenta inclusiva e empoderadora.
A proposta deste trabalho está alicerçada na argumentação do tema vigente, através da pesquisa bibliográfica e documental, com metodologia utilizada no estudo exploratório e descritivo, qual visa descrever a discussão, buscando caracterizar o objeto de estudo e propondo oportunidades de melhorias para sociedade, tendo em vista e como base singular neste processo, a luta do movimento negro no Brasil e como o colorismo desempodera.
O principal resultado deste trabalho é apresentar e adentrar a realidade do negro na questão identitária e emancipadora nas relações humanas, constatando-se as dificuldades encontradas na mesma.
A Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) realiza seu oitavo encontro excepcionalmente na modalidade virtual de 12 a 23 de outubro. O evento prioriza as atividades dos Grupos Temáticos, cada qual com uma mesa e cujas atividades ocorrem em horários diferentes. Os debates são sobre as transformações no sistema capitalista e seus impactos nos campos da informação, da comunicação e das mídias, da cultura e da produção cultural.
O 8º Encontro da Ulepicc-Brasil tem o apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e os anais do evento aqui representados trazem os resumos expandidos aprovados para 8 Grupos Temáticos e para a Jornada de Graduandas/os. Os Anais do 8º Encontro da Ulepicc-Brasil têm o ISBN 978-65-88480-02-1.
Comissão Organizadora
Anderson Santos, Manoel Dourado Bastos, Fernando de Oliveira e Julliana Barra
Comissão Científica
Murilo César Ramos (UnB)
Rozinaldo Miani (UEL)
Jonas Valente (LaPCom/UnB)
Verlane Aragão Santos (PPGCOM-UFS)
Juliana Teixeira (UFPI)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Marco Schneider (PPGCI-IBICT/UFRJ e PPGMC-UFF)
Ivonete da Silva Lopes (UFV)