Na última década, o uso de aplicativos se proliferou por países de todo o mundo. Assim, não seria exagero dizer que vivemos numa “era dos aplicativos”, em referência a um período em que as comunicações têm se materializado através de dispositivos móveis mediado por softwares e algoritmos, seja para oferta de serviços, transações digitais ou comunicações. Os serviços oferecidos por eles incluem uma série de opções, como serviços de compra, streaming de áudio e vídeo, acesso às redes sociais, mapas de geolocalização, pedidos de comida delivery, registro de reclamações e ocorrências, compartilhamento de informações sobre o trânsito, movimentações bancárias, reservas de passagens aéreas, compartilhamento de caronas, namoros, reservas em restaurantes, entre muitos outros. É certo que os departamentos de marketing, os setores financeiros e as relações comerciais são os que mais têm se apropriado dos benefícios trazidos pelos aplicativos, mas ante esse cenário o setor público tem sido compelido a adaptar-se as essas inovações, sendo possível verificar a adoção de aplicativos em gestões públicas de diversas partes do mundo. Para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) os aplicativos de dispositivos móveis permitem ampliar a participação dos cidadãos, facilitando a adoção de práticas de gestão participativa No Brasil, diversas instâncias do poder público federal brasileiro têm desenvolvido seus próprios aplicativos com o objetivo de garantir diversidade de canais para a oferta de informações e também maior celeridade na prestação de serviços, sendo citados ainda como relevantes para ampliação da participação. Nas esferas estaduais e municipais as iniciativas de desenvolvimento de aplicativos são mais cautelosas, mas também tem crescido nos últimos anos. Além disso, também tem se proliferado os aplicativos não oficiais, formulado por startups independentes, com a finalidade de atuar exclusivamente no setor público. Assim sendo, é necessário reconhecer que este contexto apresenta novos questionamentos e demandas que exigem uma discussão atenta sobre as interferências dos efeitos dos aplicativos no setor público. Não há clareza, por exemplo, sobre a responsabilidade pela emissão de informações, a transparência e o destino dos dados, a tomada de decisões ou o equacionamento de questões relativas à garantia de privacidade.
|
A Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) realiza seu oitavo encontro excepcionalmente na modalidade virtual de 12 a 23 de outubro. O evento prioriza as atividades dos Grupos Temáticos, cada qual com uma mesa e cujas atividades ocorrem em horários diferentes. Os debates são sobre as transformações no sistema capitalista e seus impactos nos campos da informação, da comunicação e das mídias, da cultura e da produção cultural.
O 8º Encontro da Ulepicc-Brasil tem o apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e os anais do evento aqui representados trazem os resumos expandidos aprovados para 8 Grupos Temáticos e para a Jornada de Graduandas/os. Os Anais do 8º Encontro da Ulepicc-Brasil têm o ISBN 978-65-88480-02-1.
Comissão Organizadora
Anderson Santos, Manoel Dourado Bastos, Fernando de Oliveira e Julliana Barra
Comissão Científica
Murilo César Ramos (UnB)
Rozinaldo Miani (UEL)
Jonas Valente (LaPCom/UnB)
Verlane Aragão Santos (PPGCOM-UFS)
Juliana Teixeira (UFPI)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Marco Schneider (PPGCI-IBICT/UFRJ e PPGMC-UFF)
Ivonete da Silva Lopes (UFV)