TELEVISÃO NO BRASIL : ARQUIVOS, PRESERVAÇÃO, ACESSO E REUSO

  • Autor
  • Maria BYINGTON LEITE DE CASTRO
  • Resumo
  • RESUMO

    O artigo apresenta questões acerca da preservação audiovisual de arquivos televisivos, quanto ao acesso e reuso da informação contida nestes documentos audiovisuais veiculados em emissoras de radiodifusão de imagem e som no território brasileiro, sejam elas comerciais, públicas ou estatais, cabeça de rede ou retransmissoras. 

    A produção televisiva integra o conjunto do patrimônio audiovisual nacional a ser preservado para acesso de pesquisadores, do cidadão, para permanência de conteúdos que dizem respeito à memória social do país para gerações vindouras, para a realização de novas obras audiovisuais e de estudos acadêmicos transdisciplinares. Segundo o preservador chefe da Cinemateca do Museu de Arte Moderna, Hernani Heffner: “O ambiente do cinema pressupõe a preservação, a televisão não. A TV parece viver um eterno presente, acessa o acervo como se estivesse acessando a sala de produção”. Na 11ª CINEOP Mostra de Cinema de Ouro Preto, finalizamos e aprovamos em Assembléia Geral Ordinária da ABPA, o Plano Nacional de Preservação e a Carta de Ouro Preto 2016: “estiveram reunidos representantes dos acervos das principais emissoras de televisão aberta do país, públicas e privadas, de TVs educativas e universitárias, (...) foi destacado o volume significativo de obras audiovisuais produzidas e guardadas por esses agentes e a dificuldade em preservar (...)”. 

    Considerando o alcance da programação televisiva na sociedade brasileira, sua importância sócio cultural e econômica, este rico acervo da história e da cultura brasileira encontra-se ameaçado. O momento histórico – a transição do sinal analógico para digital - exige a transformação total do parque tecnológico para equipamentos de alta definição. A televisão digital seria tapeless, sem fitas, na realidade iniciamos a produção less tape, pois os acervos continuam em suportes analógicos usados diariamente em emissoras de todo o Brasil e a integridade destas fitas originais está em risco. 

    A gestão de dados é um desafio para todos. As questões de Sayão e Sales (2012) referentes à curadoria digital de dados de pesquisa, sua preservação, acesso e reuso, se assemelham às necessidades encontradas em repositórios audiovisuais televisivos que lidam com volumes de informação que transitam entre sistemas compartilhados, de produção, edição, exibição e arquivamento gerenciados em sistemas próprios para ativos de mídia, conhecidos como MAM media asset management systems implementados por departamentos de TI, este desafio sequer grandes empresas solucionam rapidamente. Paradoxalmente, ativistas e organizações não governamentais têm gerado guias de arquivamento de vídeo, como a Witness.org, que abordam questões comuns a quaisquer arquivos digitais de documentos audiovisuais. As recomendações da Federação Internacional de Arquivos Fílmicos (FIAF), da Federação Internacional dos Arquivos de Televisão (FIAT/IFTA) e da UNESCO são ignoradas pela maioria dos arquivos televisivos brasileiros. Segundo Rita Marques, do Comitê Executivo da FIAT/IFTA, apenas duas emissoras no Brasil são filiadas, a Rede Globo e a TV Cultura. 

    Urge repensar a formação do profissional de comunicação, incluindo o campo da  Ciência da Informação, Curadoria Digital e das Humanidades Digitais como fundamentais para a comunicação eficaz ao tempo presente. Utilizamos revisão bibliográfica e entrevistas como metodologias para aferição de conceitos e informações quantitativas e qualitativas aqui mencionadas.

     

  • Palavras-chave
  • Televisão brasileira; preservação audiovisual; patrimônio cultural; UNESCO; acesso.
  • Área Temática
  • GT3 – Indústrias midiáticas
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A Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) realiza seu oitavo encontro excepcionalmente na modalidade virtual de 12 a 23 de outubro. O evento prioriza as atividades dos Grupos Temáticos, cada qual com uma mesa e cujas atividades ocorrem em horários diferentes. Os debates são sobre as transformações no sistema capitalista e seus impactos nos campos da informação, da comunicação e das mídias, da cultura e da produção cultural.

O 8º Encontro da Ulepicc-Brasil tem o apoio da Universidade  Estadual de Santa Cruz (UESC) e os anais do evento aqui representados trazem os resumos expandidos aprovados para 8 Grupos Temáticos e para a Jornada de Graduandas/os.  Os Anais do 8º Encontro da Ulepicc-Brasil têm o ISBN 978-65-88480-02-1.

  • GT1 – Políticas de comunicação
  • GT2 – Comunicação popular, alternativa e comunitária
  • GT3 – Indústrias midiáticas
  • GT4 – Políticas culturais e economia política da cultura
  • GT5 – Economia Política do Jornalismo
  • GT6 – Teoria e Epistemologia da Economia Política da Comunicação
  • GT7- Estudos Críticos em Ciência da Informação
  • GT8 – Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
  • Jornada de Graduandos

Comissão Organizadora

Anderson Santos, Manoel Dourado Bastos, Fernando de Oliveira e Julliana Barra

Comissão Científica

Murilo César Ramos (UnB)

Rozinaldo Miani (UEL)

Jonas Valente (LaPCom/UnB)

Verlane Aragão Santos (PPGCOM-UFS)

Juliana Teixeira (UFPI)

César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)

Marco Schneider (PPGCI-IBICT/UFRJ e PPGMC-UFF)

Ivonete da Silva Lopes (UFV)