As mudanças no clima do planeta têm concentrado cada vez mais debates e iniciativas para viabilizar a produção de biocombustíveis a partir de óleos, algas e materiais lignocelulosicos - os chamados de biocombustíveis avançados, de segunda e terceira gerações. Esforços relativamente recentes, visando a produção do etanol de segunda geração (E2G) a partir de biomassa, trouxeram alguns alertas sobre os obstáculos que ainda precisam ser vencidos para a conversão, em grande escala, de biomassas residuais lignocelulósicas em biocombustíveis. Entre 2013 e 2016, seis plantas foram construídas, gerando grandes expectativas de sucesso, mas já em 2019, quatro das seis plantas já haviam sido fechadas e mesmo as restantes não conseguiram produzir dentro das capacidades projetadas. Pesquisa que estudou a relação entre os caminhos seguidos pelas empresas que construíram essas plantas e os processos de inovação experimentados por elas, obteve resultados que apontaram para a falta de domínio tecnológico no manuseio industrial de biomassas lignocelulósicas como a principal causa para o insucesso operacional das plantas. Os resultados também indicaram que o uso desses novos tipos matérias-primas em grande escala deverá influenciar padrões e modelos clássicos dos processos de inovação.