Entre janeiro de 2019 e março de 2023, os preços do querosene de aviação sofreram flutuações devido à ocorrência de choques externos. Inicialmente, quando a Organização Mundial da Saúde classificou a Covid-19 como uma pandemia, os preços caíram drasticamente. No entanto, à medida que a crise global da saúde retrocedeu e as restrições de mobilidade foram suspensas, a demanda por viagens aéreas aumentou, levando a um rápido aumento nos preços. Além disso, o conflito entre Rússia e Ucrânia intensificou ainda mais a pressão sobre os preços do combustível de aviação. Considerando que as despesas com combustível constituem aproximadamente um terço da estrutura de custos das companhias aéreas, este estudo tem como objetivo analisar a relação entre os preços do querosene de aviação e as tarifas aéreas domésticas. A hipótese inicial sugere que, em um ambiente caracterizado por concorrência imperfeita, o repasse de preços entre custos de combustível e passagens aéreas ocorre de forma assimétrica. Especificamente, choques positivos nos preços dos combustíveis seriam refletidos rápida e integralmente nos reajustes tarifários, enquanto choques negativos seriam postergados ou teriam menores impactos nas tarifas. No entanto, os resultados obtidos a partir de um modelo de correção de erros não suportam esta hipótese. Em vez disso, foram encontradas evidências de repasse simétrico, indicando que os choques nos preços dos combustíveis são transmitidos simetricamente às tarifas aéreas. Apesar do domínio de apenas três empresas no mercado doméstico de aviação, há indícios de uma competição acirrada entre as companhias no período analisado.