O Brasil, devido à sua extensa costa e vantajosas condições de vento, está em uma posição privilegiada para se tornar uma potência na produção de energia eólica offshore, capitalizando os benefícios que essa indústria pode proporcionar. Se devidamente aproveitada, a geração elétrica a partir das eólicas offshore traz uma oportunidade para o país produzir hidrogênio verde (H2 verde), que poderia ser consumido no mercado doméstico, mas também exportado para outros países. Assim, tem-se a oportunidade de aumentar competividade da indústria brasileira e criar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior. O objetivo deste artigo é mapear as áreas com maior potencial para projetos de produção de hidrogênio verde com a eletricidade gerada a partir de usinas eólicas offshore no Brasil. Neste artigo, serão apresentados os resultados desta avaliação para região Nordeste.
O primeiro passo para se fazer o mapeamento definido no objetivo deste trabalho, é considerar o potencial de eólica offshore e a demanda por hidrogênio, tanto para o mercado externo como para o interno. Para tanto, primeiramente, foi feita a estimativa do potencial técnico para produção de energia eólica offshore no Brasil (CNI, 2023). Em seguida, são mapeados os portos que possam oferecer infraestrutura necessária para se criar um modelo de negócios sustentável para cadeia de produção do H2 verde a partir da eólica offshore; estes seriam hubs para a produção de H2 verde no Brasil. Por fim, são mapeados os locais onde se encontram os projetos de eólica offshore com pedido de licenciamento ambiental. Todas estas informações são georreferenciadas e avaliadas em mapas gerados para as três regiões supracitadas, sendo apresentada o caso do Nordeste brasileiro, especificamente a região próxima ao porto de Pecém, no estado Ceará.
Para o investidor, é necessário que haja viabilidade econômica para investimento nesses projetos e um dos fatores que mais pesam nesta decisão é o fator capacidade médio anual da produção de energia eólica. Assim, locais com a melhor constância de ventos e a possibilidade de diminuição de custos com infraestrutura e logística, por exemplo, podem ser pontos que levem a uma maior rentabilidade do projeto no longo prazo.