Este texto dá continuidade ao levantamento da produção brasileira nos congressos da Ulepicc (União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura), com apresentação dos resultados no encontro passado da Ulepicc-Brasil sobre 2013 (SANTOS; SOUZA FILHO & ROCHA, 2022) e 2017 (SOUZA, SANTOS & SILVA, 2020).
Isso faz parte do trabalho do grupo de pesquisa Crítica à Economia Política da Comunicação (CEPCOM/CNPq), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), dentro do projeto coletivo “Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura nas regiões brasileiras”, para observar o desenvolvimento do subcampo no país.
Esta proposta tem como objetivo apresentar uma análise quantitativa, a partir de pesquisa bibliométrica e análise de conteúdo, para apresentar os dados recolhidos do evento realizado em Havana-Cuba, 2015. Esta análise se mostra importante também porque foi o último evento com participação maior de pesquisadoras/es brasileiros, ápice de disputas políticas internas à associação e início da dificuldade em financiamento para pesquisa no Brasil a partir de 2016.
Repetiu-se a base metodológica dos levantamentos anteriores. Buscou-se todos os artigos nos anais de eventos (MEMORIAS, 2015) de autoria brasileira, no total, 81 textos. Nessa fase de prospecção, foram realizados dois filtros: separação por descritores (título, autor, currículo, resumo, palavras-chave e referências); e, em seguida, aplicação de categorias adaptadas a partir de Sampaio, Bragatto e Nicolás (2016), formatando uma planilha. Dela, apresentaremos, a partir da Análise de Conteúdo, elementos como: textos por eixo de Trabalho e comissão, mapeamento regional, formação da autoria, abordagem teórica e vertente.
No caso do evento de 2015, as apresentações em conferências magistrais e painéis não tiveram os textos publicados nos anais do evento. Apenas a conferência magistral “Crítica de la emancipación en los estudios de la información la comunicación y la cultura” foi ministrada por um brasileiro, César Bolaño (UFS). Enquanto os painéis tiveram as presenças de: Adilson Vaz Cabral Filho (UFF), sobre “Regulación y democratización de la comunicación en Iberoamérica”; e Marcos Dantas (UFRJ) e Marta Valentim (USP), sobre “Información y Comunicación: La gestión del Conocimiento en el Capitalismo Cognitivo”.
Quanto aos trabalhos apresentados, foram estabelecidos quatro eixos temáticos, que foram divididos em comissões específicas (de 5 a 8). Separando pelos eixos gerais, os 81 trabalhos de brasileiras/os foram publicados em: Política, industria y autorregulación de la información, la comunicación y la cultura, 37 (45,6%); Descolonización, identidad cultural y tecnologías de la información y la comunicación, 23 (28,4%); Tejido social, alteridad y sostenibilidad de la información, la comunicación y la cultura, 11 (13,6%); e Crítica y emancipación en los estudios de la información, la comunicación y la cultura, 10 (12,4%).
Outro resultado que buscamos é a partir do levantamento dos trabalhos publicados que se assumem da área da EPC diretamente no resumo ou palavras-chave, ou identificando autores do subcampo nas referências. Identificamos com este recorte entre autores brasileiros apenas 27 artigos (28,3%); com apenas 8 (10%) que colocaram alguma variante da EPC como palavra-chave. Isto é relevante de se discutir por ser um evento específico de um subcampo periférico.
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