SUBSUNÇÃO DO TRABALHO INTELECTUAL E SUBEMPREGO GLOBAL: UMA ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES NA DIVISÃO DO TRABALHO A PARTIR DA EPC

  • Autor
  • Guilherme Bernardi
  • Resumo
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    O objetivo deste trabalho é apresentar as elaborações gerais da dissertação de mestrado Informação, comunicação e crise do capital: as transformações na divisão do trabalho observadas a partir da Economia Política da Comunicação (BERNARDI, 2022), que foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e defendida, virtualmente, no dia 18 de janeiro de 2022, com orientação de Manoel Bastos e banca formada por Rodolfo Rorato Londero (UEL) e Ruy Sardinha Lopes (USP).

    Tendo por objetivo geral analisar a dinâmica da informação e da comunicação no atual estado do modo de produção capitalista e sua crise, a dissertação teve ainda outros quatro objetivos específicos, os quais foram: 1) aparar algumas arestas entre a Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (EPC), seguindo, particularmente, as linhas traçadas por César Bolaño (2000, 2002), a teoria do valor e a categoria de subsunção do trabalho intelectual -  a fim de destacar a centralidade e a importância desta para o adequado entendimento do modo de produção capitalista; 2) compreender a imanência da crise, a especificidade da iniciada nos anos 1970 e a possível existência de germes socialistas no próprio capitalismo; 3) compreender a forma e as funções do Estado, assim como o meio através do qual a luta de classes pode pressioná-lo a atuar de maneira mais ou menos deletéria aos trabalhadores; e 4) apresentar uma abordagem do problema estrutural do mercado de trabalho global em termos do que Benanav (2020) classifica como o “subemprego” (underemployment), conjugando a automação (POLLOCK, 1957) e as plataformas digitais (SRNICEK, 2016) no debate.

    A hipótese inicial formulada era de que a rápida introdução da automação seria a principal causa para o atual estado do mercado de trabalho global, marcado pela baixa remuneração, pelas más condições de trabalho e pela alta instabilidade. Até a banca de qualificação, ela nos pareceu correta. Ao final, especialmente após a leitura do trabalho de Aaron Benanav (2020), chegamos à conclusão que ela deveria ser classificada apenas como “parcialmente verdadeira”, visto que devemos compreender que a automação, a substituição de trabalho vivo por morto, é uma tendência imanente ao próprio capital e que, se o atual estado do mercado de trabalho global poderia ser caracterizado pelo “subemprego”, isso se deve à crise iniciada nos anos 1970 e à estagnação econômica, cujas implicações levaram a respostas diversas e combinadas, como a contrarrevolução neoliberal, a desregulação financeira, a reestruturação produtiva do capital e uma cada vez maior sofisticação dos sistemas de informação e comunicação (por exemplo, as atuais plataformas digitais, que são fundamentais na configuração de um mercado de trabalho em concorrência global, cujo resultado é, no limite, jogar a conta e os custos cada vez mais nas costas da classe trabalhadora), seja para organizar e subordinar o trabalho ou para disputar os mercados e os lucros globais – algo que depende, é bem verdade, em certo sentido, do progressivo aumento da composição técnica do capital e de sua produtividade. (BERNARDI, 2022).

     

  • Palavras-chave
  • Subsunção do trabalho intelectual, subemprego, trabalho, Economia Política da Comunicação
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